O rockeiro de Bauru (SP) Luiz Fernando Izar, de 60 anos, não pretendia ser o sósia do ex-vocalista do Black Sabbath, mas a semelhança com Ozzy Osbourne gerou até mesmo o nome pelo qual é conhecido artisticamente – FerOzzy Cohen.
Nesta segunda-feira (13) é comemorado o Dia Mundial do Rock e o G1 conversou com o cantor e compositor que a semelhança e o estilo já provocaram a euforia de muitos fãs. “Fiquei três horas e meia para chegar até o meu lugar no show do Black Sabbath. As pessoas me paravam para tirar foto, mesmo sabendo que eu não era o Ozzy”, lembra o cantor que também já deu autógrafos simplesmente por ser parecido com o ídolo.
Além de ser uma homenagem a semelhança com o cantor Ozzy, o nome FerOzzy Cohen também relaciona o artista a sua mensagem principal, que é a paz. “Todos me chamavam de Fer e eu pareço o Ozzy, ai acabou ficando FerOzzy. Cohen significa o sacerdote da paz”, conta o rockeiro.
O lema do rock de “Sexo, drogas e rock´n´roll” não é o mesmo do cantor, que afirma nunca ter precisado de nenhum tipo de drogas para se divertir. “Nunca precisei de drogas ou álcool para ser rock´n´roll. Meu aditivo é a música. Vícios são decorrentes do desespero de quem é impedido de realizar seus sonhos. Eu não preciso disso para estar alegre”, afirma.
Para o cantor, que veste roupas pretas, capa, anéis, colares o tempo todo, ser rockeiro é uma maneira de ser. Ele deixa de lado o jeito de “menino mau” que muitos rockeiros parecem ter, apenas para levar a paz. Para o rock, preto é um sinal de protesto contra o que vai contra o bem-estar dos vivos, sejam os humanos ou animais. “Rock é paz e amor, é contra guerras familiares, de vizinhos, de tudo.”
A paz também foi um dos quesitos para o cantor escolher um dos seus maiores ídolos, que é o cantor Jonh Lennon. FerOzzy chegou a fazer uma música em homenagem a ele quando o ex- beatle foi assassinado.
Escrevi a música porque tinha ficado muito triste e precisava me desfazer da angústia. Ele era uma pessoa que só queria propagar a paz, ele era um símbolo da paz, comprou a briga de não participar de guerras”, lembra.
Além do estilo, para FerOzzy o rock lembra também o respeito ao semelhante. “O crânio que a gente usa pode ter sido de qualquer raça, que é seu próximo. Afinal o rock aglutina todas as raças e todos amam o rock.”
“Não existe mais romântico”
FerOzzy afirma que não há estilo de música mais romântico que o rock´n´roll. “É o braço do blues, é o sentimento vivo. Rockeiro é o ser mais romântico que existe.” E a esposa do cantor, Anna Vona, de 34 anos, concorda e diz que aproveita todo o romantismo do marido para ouvir o rock e namorar.
Juntos há 10 anos, FerOzzy lembra que Anna não era fã de rock, mas que mudou ao conhecer a “filosofia” do rock. “Ele foi me mostrando músicas, nunca me obrigou a ouvir rock. E eu gostei”, conta Anna, que aderiu ao estilo rock´n´roll depois que o conheceu.
Viver de rock
FerOzzy nasceu em uma fazenda em Macatuba, já trabalhou como agricultor, cunicultor e tem contato com a música desde 1968, mas vive dela desde 2004. Ele já teve várias bandas no estilo rock romântico, mas agora tem músicos que o acompanham. Na música, FerOzzy fala sobre aborto, falta de segurança, amor, vida, mentiras, ilusão, lei do retorno. E apesar da semelhança com Ozzy, ele não é um cover do cantor.
O músico tem certeza que o rock é um estilo eterno. “O rock é permanente até o final dos tempos, é clássico. Vai ficar marcado pela história existente. O que é bom fica. Enquanto o mundo existir, haverá rock´n´roll. Enquanto existir motoqueiros, o rock vai existir”, brinca.
Neste dia do rock, o cantor vai fazer o que sempre faz, ouvir muito rock´n´roll. “Para quem gosta da música, todo dia é dia de rock, mas como convenção tem que ter um dia para lembrar dos ídolos como o grande Raul dos Santos Seixas, Erasmo Carlos, Casa das Máquinas, O Terço, Pholhas”, afirma FerOzzy.