O dólar tinha leve alta contra o real no início dos negócios desta segunda-feira (20), em meio ao cenário político conturbado no Brasil, após o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) criticar duramente o ajuste fiscal e elogiar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Perto das 11h, o dólar avançava 0,84%, a R$ 3,2208 na venda, após subir mais de 1% na sexta-feira, quando Cunha anunciou rompimento com o governo.
“Com poder suficiente para barrar e dificultar a aprovação das medidas de interesse do governo na casa, Cunha é figura central de uma batalha que poderá custar à presidente Dilma Rousseff a perda do mandato”, escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva em nota a clientes, de acordo com a Reuters.
Investidores temem golpes à credibilidade do país, que poderiam afastar investimentos do mercado local.
No fim de semana, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), elogiou Cunha e classificou o ajuste fiscal proposto pelo Executivo como “tacanho” e “insuficiente”, em vídeo divulgado pela TV Senado.
A moeda norte-americana tem subido consistentemente nasúltimas semanas, em meio a expectativas de que os juros devem subir ainda neste ano nos Estados Unidos, o que pode atrair para a economia do mundo recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.
“Daqui para frente, a tendência é que o dólar suba em todo o mundo. A dúvida é o ritmo, se isso vai acontecer de pouco em pouco ou de uma vez”, disse o operador de uma corretora nacional.
Mais tarde, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto, com oferta de até 6 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.