O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse nesta segunda-feira (27), ao ser questionado sobre a alta do dólar, que o câmbio tende a se estabilizar. Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, ele também afirmou que a inflação deve ter uma redução “mais rápida” em 2016.
O dólar subiu pelo quarto dia seguido nesta segunda-feira, pressionado pela apreensão dos investidores com as perspectivas fiscais do Brasil e pelo forte tombo da bolsa chinesa. Perto de 12h35, a moeda norte-americana tinha alta de 0,23%, a R$ 3,3547 na venda. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana subiu 1,06%, a R$ 3,38.
“Neste momento, é natural que os preços flutuem. Para isso, nós temos o sistema de câmbio flutuante. Nós temos confiança de que os mercados vão se ajustar a esse novo cenário, e a taxa de câmbio tende a se estabilizar. Em qual patamar ela vai se estabilizar, é o mercado que determina. Nós optamos já há muito tempo por trabalhar com o sistema de câmbio flutuante”, afirmou o ministro.
Barbosa deu entrevista coletiva com outros dois ministros, Gilberto Kassab (Cidades) e Eliseu Padilha (Aviação Civil), após reunião de coordenação política com a presidente Dilma Rousseff.
O grupo da coordenação política do governo, que se reúne todas as segundas-feiras, contou ainda com a presença do vice-presidente, Michel Temer, e de outros oito ministros.
Na reunião, segundo Barbosa, um dos temas debatidos foi a revisão da meta de superávit fiscal, de 1,2% para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, anunciada na semana passada. O ministro foi questionado sobre a reação do mercado ao anúncio. Barbosa afirmou que o mercado flutua diante de novas informações.
“Os mercados estão fazendo o que os mercados fazem. Eles flutuam diante de novas informações, não só no Brasil, como no resto do mundo”, disse.
Inflação
O ministro também comentou sobre a inflação. Ele disse que o índice, apesar do aumento “temporário” deste ano, deve ter redução “mais rápida” em 2016.
“Temos um aumento temporário da inflação este ano, mas as expectativas para o ano seguinte indicam uma redução mais rápida da inflação.Estamos em uma fase de reequilíbrio, de ajuste. Durante essa fase, há um aumento da inflação e uma retração da atividade econômica, com flutuação de alguns preços. Mas a direção está mantida, a direção de reequilíbrio macroeconômico, de manutenção da estabilidade fiscal e monetária e, principalmente, a direção de recuperação do crescimento”, afirmou o ministro.