A Polícia Civil de Canoas, na Região Metropolitana, recebeu uma importante pista para elucidar o assassinato do fotógrafo alagoano Gustavo Gargioni, 22 anos, ocorrido entre a noite da última segunda-feira e a madrugada de terça. Além de ser atingido por pelo menos dez tiros de pistola, o fotógrafo Gustavo Gargioni, 22 anos, foi espancado brutalmente antes de morrer.
Prints de conversas entre o jovem e uma mulher, retiradas do Facebook, apontam para uma suspeita de emboscada.
Por meio de um perfil falso, ela se passava por um homem e falava regularmente com Gustavo, que sabia do disfarce. Eles se viam com frequência e marcaram um encontro para a noite de segunda, dia 27, num posto às margens da BR-116, próximo à academia de musculação que ele frequentava.
“Vou estar no posto, na esquina da academia se você não chegar até a meia-noite tá? O posto na BR ali, estou de Clio vermelho”, escreveu o fotógrafo para a mulher antes de desaparecer. Ele foi encontrado horas depois, naquela mesma madrugada, na Praia de Paquetá, com diversos ferimentos no corpo por agressões e pelo menos dez tiros de pistola.
A Polícia Civil, que trabalha com a hipótese de crime passional, já obteve horas de gravações de câmeras de vigilância da região onde teria ocorrido a emboscada e trabalha para identificar os suspeitos. São 14 policiais responsáveis pelas análises desde terça. Nessa conversa obtida pela reportagem de Zero Hora, a mulher diz para Gustavo que vivia um “carma” e dá indícios de que passava por uma situação complicada: “Um dia se Deus quiser me livro desse carma na minha vida, mas não quero falar de coisas ruins contigo. (…) É bem mais difícil que tu imagina me livrar disso, mas um dia vai ter fim sim! Queria ser livre pra te conhecer melhor, não tô falando em namoro, mas tu é especial, me apeguei a ti”, disse a mulher.
“Não penso que tu é louca. Mas penso que tu deveria ter se livrado disso já, mas não sei o envolvimento que vocês têm ainda e tals, então não posso falar nada. Só desejo sorte”, respondeu o jovem.
Assassinato brutal
A Polícia Civil já ouviu até o momento mais de 20 testemunhas, mas ainda não disse se os suspeitos foram identificados. Os investigadores também não confirmam a hipótese de que Gustavo teria se envolvido com a mulher de um traficante de Canoas.
— Estamos recebendo dezenas de ligações diariamente. A grande maioria com pistas infundadas. Vamos nos concentrar na análise das imagens para identificar os autores do homicídio — afirmou um investigador, que pediu para não ser identificado.
Gustavo Gargioni teria sido levado por homens armados quando saiu de uma academia de musculação no bairro Igara, na noite de segunda-feira. O corpo foi encontrado próximo à Praia de Paquetá e o telefone celular e documento de identificação haviam sido levados. Além de ser atingido por pelo menos dez tiros de pistola, o fotógrafo foi espancado brutalmente antes de morrer.
Segundo o delegado Marco Antônio Guns, que investiga o homicídio, as características do assassinato apontam para um crime passional. O corpo de Gustavo foi enterrado na quarta-feira no Cemitério São Vicente, em Canoas.
– Uma das nossas convicções é que, pelo intenso sofrimento que a vítima passou, não se trata de uma briga de bar. A experiência mostra que é uma agressividade característica de algum envolvimento amoroso – salientou o delegado.