Conflitos urbanos, falta de espaço e uma rotina com cada vez mais transtornos e menos qualidade de vida. Um encontro realizado na manhã desta segunda-feira (3), entre arquitetos urbanísticos e autoridades representantes dos 102 municípios alagoanos, em Pajuçara, quer debater a tendência cada vez mais desordenada das cidades e apontar soluções.
Promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR), o evento pretende ampliar o debate sobre a participação de arquitetos e urbanistas nos projetos de habitação de famílias de baixa renda. Para o presidente do CAU, Haroldo Pinheiro, um dos fatores que leva esse descontrole é a migração de pessoas do interior para cidades da capital.
“O Brasil tem sofrido esse problema, ainda no século passado, nos anos 2000, nós iniciamos o século XX com cerca de 12% da população urbana e 88% rural, findamos ele e a situação é completamente invertida, hoje temos 85% da população residente em área urbana. Então passamos por um processo de urbanização vertiginoso e a maneira como ocorreu no Brasil foi sem suporte técnico, como uma questão de destino e não uma questão de planejamento”, destaca.
Uma das soluções apresentadas pelo presidente é trabalhar a população que está no interior para que optem por morar em cidades com portes médios e pequenos, mas de modo a terem conforto. “Isso é algo que gostaríamos de oferecer, assim como em outras cidades do mundo”, complementa.
Outra agravante é a tendência das construções em espaços cada vez menores em lugares com alta concentração de pessoas. “A consequência natural dessa urbanização desenfreada é a busca de uma mais valia nos terrenos, fazer mais onde se fazia menos para se obter mais lucro, e isso atingiu um limite acima do razoável”, diz.
Entre os prefeitos presentes no evento, Rui Palmeira (PSDB) por Maceió, ressaltou a importância do encontro. “É um debate importante e que pode ajudar as cidades brasileiras. É importante além do debate e dos palestrantes, esses eventos grandiosos, pois aquecem o nosso turismo que tem impacto na nossa economia. “.