Terra natal de uma das maiores jogadoras de futebol do mundo, Marta Vieira da Silva, Alagoas atrai atenção nacional ao sediar a 2ª edição da Copa Brasil Universitária de Futebol Feminino (CBUFF). Entre os dias 31 de julho e 09 de agosto, o Estado é campo da maior competição do gênero do país.
Mais de 600 atletas disputam a competição, representando Instituições de Ensino Superior (IES) dos 26 estados do Brasil e o Distrito Federal. Cerca de 60 partidas marcam a primeira e segunda fase do campeonato, que é regido por um sistema de eliminatórias. O time campeão vai representar o Brasil nos Jogos Sul-Americanos Universitários de 2016, na Argentina.
Os jogos acontecem em estádios de Maceió, Marechal Deodoro e Satuba. Segundo o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Luciano Cabral, entidade que promove o evento, o objetivo é oferecer às meninas que gostam de jogar futebol, a oportunidade de treinar dentro do ambiente universitário.
“O futebol feminino merece um incentivo maior. É uma modalidade que tem carência de estrutura e apoio. E a Copa é uma maneira da Confederação não só preparar a atleta e fazer a competição, mas também de dar condições para que essa esportista jogue no ambiente universitário e tenha um futuro pós carreira de atleta”, explica.
Para o secretário municipal de Maceió de Esporte e Lazer, Antônio Moura, a vinda da competição desperta o estado e o município para a recepção de grandes eventos.
“Temos potencial para o futebol feminino, vários talentos já foram descobertos aqui. O grande legado que o torneio deixará para as atletas é o desejo de ser um destaque no esporte. O campeonato naturalmente revela talentos e isso é muito bom, pois pode mudar a vida e a realidade de muitas pessoas e famílias”, afirmou.
Representantes alagoanas
Originalmente goleira de futsal, Jéssica Moura, de 24 anos, sempre gostou de futebol e encarou o desafio de defender o time alagoano no campo durante a CBUFF. No entanto, fora da competição, suas prioridades são os estudos e a carreira profissional.
“Temos que nos dividir entre a universidade, o trabalho e, quando temos um tempo, jogamos. Apesar disso, nossos treinos acontecem três vezes por semana, nos dedicamos. Mas acho complicado prever planos de carreira no futebol por enquanto”, ressaltou.
Para Karla Pereira, 18 anos, participar da CBUFF é uma grande oportunidade de mostrar o trabalho desenvolvido no futebol, conhecer pessoas novas e compartilhar experiências na área. “Está sendo um ótimo aprendizado, convivemos com atletas de todos os Estados e cada uma tem suas particularidades. É o momento de mostrarmos nosso talento jogando em casa e em um evento de grande porte”, disse.
Márcia Oliveira, 22 anos, iniciou sua história com o esporte quando criança através de um programa de erradicação do trabalho infantil. Seu maior incentivador, na época, era o treinador. “Passei um tempo parada e voltei esse ano por meio da universidade. Durante a preparação para o torneio treinei separada do grupo, pois moro em outra cidade no interior. Minha expectativa para a CBUFF é obter bons resultados nos jogos e ficar em uma boa colocação”.
Esporte e educação
Durante a abertura da CBUFF, o presidente da CBDU, Luciano Cabral, orientou as atletas a se esforçarem na universidade para também alcançarem bons resultados em suas profissões. “Vocês serão profissionais de diversas áreas em um futuro breve, quando concluírem seus cursos. Aproveitem esse talento para o futebol, mas, principalmente, aproveitem o talento de vocês dentro do ambiente educacional”.
O secretário Antônio Moura salienta que a prefeitura tem buscado usar suas ferramentas para unir esporte e educação. “Acreditamos que a união entre esporte e educação pode trazer grandes frutos. Apoiamos várias modalidades esportivas através de suas federações, atletas e torneios, promovemos a aquisição de equipamentos de esporte e lazer e reforma dos que já existem”, concluiu.