‘Não dá para apagar fogo com gasolina’, diz Renan Filho sobre ‘pauta-bomba’ da Câmara

Recurso aprovado em 1º turno pode aumentar gastos dos governos estaduais com o pagamento de salários de procuradores e delegados.

João Urtiga/Alagoas24horasRenan Filho avalia aprovação de PEC em contas públicas

Renan Filho avalia aprovação de PEC em contas públicas

Após a aprovação do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que vincula os salários das carreiras da Advocacia-Geral da União, delegados civis e federais em até 90,25% do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o governador Renan Filho (PMDB) disse na manhã desta quinta-feira (6) que não há porque temer cortes nos recursos repassados pelo Governo Federal.

O texto foi aprovado em primeiro turno durante a sessão dessa quarta-feira (5), na Câmara Federal, tendo 445 votos a favor contra 16 contrários. Agora, a PEC depende de uma nova votação para ser aprovada. O principal medo dos chefes do Executivo é que o aumento salarial para cargos como o de procurador de Estado e delegados da Polícia Civil e Federal acabe elevando as contas estaduais.

“O posicionamento da bancada não se relaciona com os recursos que o Estado recebe, a bancada tem um posicionamento político de coisas que estão sendo discutidas há muitos anos em Brasília. Eu falei ontem com os deputados sobre isso e os governadores do Nordeste divulgaram uma nota encaminhando posicionamento contrário a pauta de votação”, esclarece Renan Filho, que discorda da decisão que contou ainda com o apoio de deputados alagoanos da base aliada.

Segundo levantamento realizado pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e divulgado ainda ontem, o impacto da PEC será de R$ 2,4 bilhões nas contas públicas. Exatamente por isso, a PEC acabou ganhando o apelido de “pauta-bomba” quando foi à votação. “Em um cenário de crise ao invés de apagar fogo com gasolina, a gente precisa de um grupo de deputados moderador, para que se entenda a dificuldade da politica e tome um caminho que achar mais conveniente, mas que pense, sobretudo, em primeiro lugar no povo brasileiro e na saída da crise”, critica.

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