O governo federal lançou nesta terça-feira (11), em Brasília, um pacote de medidas com foco no setor de energia para os próximos três anos, que soma R$ 186 bilhões em investimentos. A cerimônia, no Palácio do Planalto, com a presidente Dilma Rousseff, também contou com ministros e representantes do setor.
Em seu discurso, a presidente Dilma afirmou que o plano garante visibilidade estratégica ao setor, permitindo o planejamento por parte das empresas para os próximos anos. “Essa é a sinalização que nós estamos dando hoje com esse plano’, disse.
No evento, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, detalhou os valores e o cronograma dos investimentos. No período, serão contratados R$ 116 bilhões em obras de geração e R$ 70 bilhões em linhas de transmissão para fornecimento de energia.
Para a área de transmissão, com investimentos de R$ 70 bilhões, a previsão é leiloar 37,6 mil quilômetros de linhas. Do total, R$ 39 bilhões devem ser executados nos próximos três anos e R$ 31 bilhões após 2018.
Conforme Braga, a iniciativa contribui para que o país tenha um sistema mais “robusto”. “O Brasil continua investindo em geração e transmissão de energia sem pausa e vamos chegar a 2018 com um sistema mais robusto, com custos declinantes e competitivos e assim ajudando nossa indústria a alcançar a desejada competitividade para nosso produtos”, afirmou.
“Felizemente, nosso cenario é positivo. Temos muitos desafios no setor, mas vivemos um clima de colaboração e diálogo, transparência e soluçõoes negociadas”, acrescentou o ministro.
Também participam da cerimônia o vice-presidente Michel Temer, a ministra do Meio Ambiente,Izabella Teixeira, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Térmicas
Na semana passada, o ministro Eduardo Braga anunciou o desligamento de 21 usinas térmicas de maior custo, o que deve gerar uma economia mensal nas operações da ordem de R$ 5,5 bilhões. A decisão só foi possível por causa da melhora do quadro de chuvas no país e da redução do consumo de energia, devido à desaceleração da atividade econômica.
Por conta da escassez de chuvas, que prejudicou o armazenamento nas represas das principais hidrelétricas do país, o governo vinha mantendo ligadas todas as térmicas disponíveis desde o final de 2012. Como essa energia é mais cara, a medida contribuiu para a elevação do valor das contas de luz.
Energia mais cara
Também ajudou a aumentar os custos no setor elétrico o plano anunciado pelo governo no final de 2012 e que levou à redução das contas de luz em 20%. É que, para chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões de geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de energia que, por conta disso, precisaram receber indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente pagos. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, e o custo tem sido repassado ao consumidor final por meio da elevação das tarifas.
Além disso, desde o início do ano está em vigor o sistema de bandeiras tarifárias, criado para sinalizar aos consumidores o real custo de produção da energia no país, o que é feito por meio da cor da bandeira impressa nos boletos das contas de luz.
Se a cor é verde, a situação está normal e não há cobrança de taxa. Amarela, cobra-se R$ 2,50 para cada 100 kWh de energia consumidos. Se vermelha, a taxa sobe para R$ 5,50 para cada 100 kWh. É a bandeira vermelha que vigora no país desde o início de 2015.