Mais de seis meses após ter sido flagrado em exame antidoping no UFC, Anderson Silva enfim recebeu sua punição por parte da Comissão Atlética de Nevada. Em audiência realizada nesta quinta-feira (13), o ex-campeão recebeu uma suspensão de 12 meses, viu a vitória sobre Nick Diaz se transformar em uma luta sem resultado e levou multa de US$ 380 mil.
Durante a sessão, Anderson apresentou depoimento considerado pelos comissários como “inconsistente” e afirmou que as substâncias anabolizantes estavam presentes em um estimulante sexual, que ganhou de presente de um amigo da Tailândia. Além disso, o lutador admitiu que tomou ansiolíticos na véspera da luta, já que estava com dores nas costas, sem conseguir dormir e ansioso para enfrentar Nick Diaz.
Porém, pôde-se notar algumas falhas na defesa do lutador. Seu advogado, Michael Alonso, afirmou que, a fim de detectar a origem das substâncias proibidas, havia testado todos os suplementos e remédios ingeridos por “Spider” nos meses anteriores à luta. Ali, segundo ele, havia sido detectada no estimulante sexual a substância drostanolona, um dos anabolizantes com os quais Anderson foi flagrado.
No entanto, a defesa não possuía com ela os resultados formalizados de todos estes testes. Além disso, a testemunha especialista utilizada pela defesa afirmou que, nestes testes, não foi encontrada a substância androsterona, com a qual Anderson também foi flagrado.
Mais contradições
O depoimento de Anderson também mostrou inconsistência quanto ao período de ingestão de tal estimulante sexual. Inicialmente, o brasileiro havia afirmado que tomou a substância pela última vez aproximadamente no dia 8 de janeiro, quando havia retornado à cidade onde mora, Los Angeles, na reta final de sua preparação para a luta.
Porém, quando confrontado pela comissão de que a substância somente permaneceria no organismo por uma semana, o que impossibilitaria um teste positivo no dia 31 de janeiro, Anderson mudou a versão e disse que, na verdade, havia tomado o estimulante na semana anterior à luta com Diaz.
Isso acabou não convencendo os comissários, que questionaram os motivos de Anderson não ter contado que ingeriu a substância antes da luta. O brasileiro afirmou que se sentia constrangido em dizer que tomou um estimulante sexual, já que se tratava de um assunto pessoal.
O veredito
Pouco antes de o veredito ser anunciado, um dos comissários classificou a defesa do brasileiro como “inconsistente”, e, por isso, queria aplicar a punição máxima, de 12 meses. Outro declarou que tinha a sensação de que não estava ouvindo a história completa sobre o caso, suspeitando de que o tal estimulante sexual era, na verdade, algo para mascarar outras substâncias proibidas.
No fim, todos os comissários foram unânimes em punir o lutador em 12 meses, contabilizados a partir da data da luta contra Nick Diaz. Além disso, o brasileiro perdeu 30% de sua bolsa, mais integralmente o bônus pela vitória, totalizando uma multa de US$ 380 mil.
Assim, Anderson, cujo cartel agora é de 33 vitórias, seis derrotas e um no-contest, estará apto a voltar às lutas em fevereiro de 2016. Porém, sua licença para lutar novamente só será dada caso apresente um exame antidoping negativo.