A Polícia Civil de Alagoas, depois ter a ação questionada por familiares de um dos suspeitos mortos nessa quinta-feira (13), em Junqueiro, voltou a afirmar na manhã desta sexta-feira (14) que o trio entrou em confronto armado com os policiais.
De acordo com o delegado Felipe Caldas, da Sessão Especial de Roubos a Bancos (Serb), o procedimento realizado pelos policiais militares e que terminou na morte dos envolvidos foi legal. “Abordamos o caseiro, e ao entrar na segunda casa, quando foi dada a voz de prisão de que a polícia estava presente, foi quando se ouviram os primeiros tiros”, narra o delegado.
Os suspeitos eram investigados pela polícia por terem participações em roubos a bancos e sequestros, principalmente de vítimas com grande poder aquisitivo na região agreste de Alagoas. O três mortos, Luciano Amorim, Cristiano Martins e Jadson Berto Martins estavam na fazenda Brejo dos Bois, na cidade de Junqueiro, quando foram surpreendidos pela ação policial.
“A Polícia Militar estava preparada para a situação atrás das paredes e os primeiros tiros vieram da porta, aí o tático fez o serviço dele, entrou e houve uma nova troca de tiros. Então, alguns foram lesionados e pela informação do próprio caseiro, dois ou três indivíduos teriam fugido pela parte de trás da residência, onde tem um canavial”, complementa o delegado.
Ainda segundo o delegado, a ação realizada na fazenda teria ocorrido após as investigações determinarem que os suspeitos iriam para Arapiraca, nos próximos dias, para realizar o sequestro de uma empresária.
“Com o trio foram encontradas armas e uma lista com vários nomes de pessoas a serem sequestradas”, diz o delegado da Divisão de Recursos Especiais (DRE), Ronilson Medeiros.
Apesar dos familiares de Luciano terem afirmado que o rapaz não tinha nenhum envolvimento com ilícitos e que não teria reagido à abordagem policial, o delegado Ronilson Medeiros reafirmou que Luciano era peça fundamental na articulação dos crimes de sequestro e roubo a banco. “Ele indicava as pessoas da alta sociedade pela influência que tem. A fazenda era um ponto estratégico para que eles ficassem escondidos e não levantava qualquer suspeita”, diz o delegado.
Além dos três mortos, a polícia acredita que haja a participação de pelo menos 14 pessoas nesses crimes. “Foram identificadas oito camas desarrumadas na casa, o que leva a crer que há ainda outros indivíduos”, diz o delegado Felipe Caldas.
Ao todo, o saldo da operação terminou com a apreensão de três armas de fogo, sendo um revólver calibre 38, uma escopeta calibre 12 e uma pistola .40. “Acreditamos que a calibre 12 teria sido usada em uma ação deles contra a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Inclusive, a pistola .40 apreendida possivelmente foi roubada de um agente da PRF ou da polícia de Sergipe”, diz Felipe Caldas.
Os nomes dos outros suspeitos não foram revelados pela polícia. A investigação segue o seu curso.