SÃO PAULO (Reuters) – A cidade norte-americana de Providence, em Rodhe Island, abriu uma ação contra a estatal brasileira de energia Eletrobras, em que acusa a companhia e três de seus executivos de envolvimento em um escândalo de propina que teria inflado artificialmente os preços das ações, segundo documento entregue ao tribunal.
A ação, que foi registrada na corte federal de Manhattan no sábado, foi aberta em nome de detentores de recibos de ações da Eletrobras na bolsa norte-americana.
A Eletrobras não comentou imediatamente o caso.
No documento, a cidade de Providence alegou que a Eletrobras se envolveu em um esquema massivo de propinas e corrupção que alcançou os mais altos níveis da companhia e do governo brasileiro, que é acionista controlador da elétrica.
A ação cita três grandes empreendimentos da Eletrobras –a usina nuclear de Angra 3 e as hidrelétricas de Jirau e Belo Monte–, que teriam prejudicado os investidores em anos recentes.
A Eletrobras contratou um escritório de advocacia, o Hogan Lovells, para realizar uma investigação sobre eventuais irregularidades em projetos, e criou também uma comissão independente para supervisiosar esses trabalhos.
A cidade de Providence administra investimentos em nome de beneficiários que incluem servidores públicos ativos e aposentados, bem como seus parentes. A entidade comprou ações da Eletrobras nos Estados Unidos desde 2010, segundo a ação.
Investidores, que incluem a cidade de Providence, entraram com ações também contra outra estatal brasileira, a Petrobras, que está no centro de uma investigação de corrupção conduzida pela Polícia Federal brasileira, na Operação Lava Jato, que já envolveu diversas grandes construtoras e políticos.