A grande novidade da última convocação de Dunga, na seleção brasileira, foi o retorno de Kaká. O jogador foi chamado para os amistosos contra Costa Rica e Estados Unidos, no inicio de setembro, em solo norte-americano.
Aos 33 anos, o meia desfalcará o Orlando City em jogos importantes na reta final da temporada regular da MLS. Com a equipe fora da zona de classificação aos playoffs neste momento, a ausência do camisa 10 será muito sentida.
Kaká concedeu uma entrevista exclusiva ao MLS Inside (a primeira entrevista desde que foi convocado para a seleção) e falou sobre os seus planos nesse retorno.
Entre outras coisas, deixou claro que se sente apto a disputar as Eliminatórias mesmo sabendo que dificilmente estará na Copa de 2018 e disse não se importar com os critérios que o levaram a ser convocado para os amistosos, que acontecerão justamente no país onde está jogando.
Ainda esta semana, publicarei uma outra parte da entrevista com o meia do Orlando City, falando sobre MLS e sobre os amigos Paulo Henrique Ganso e Luis Fabiano.
Confira a parte 1 da conversa com o meia:
MLS Inside: Kaká, o Orlando City teve uma sequência muito boa, figurou boa parte da temporada entre os times que vão aos playoffs, mas agora o momento não é bom. Como vê isso e como pode ajudar?
É um momento difícil o nosso. O que posso acrescentar para o time nesse momento é demonstrando para não desistirem e lutarem até quando tivermos chances matemáticas de irmos aos playoffs. Essa é a nossa luta. Eu acredito realmente que a gente vai. A liga é muito competitiva e todos oscilam muito. O que aconteceu nesse momento é que muitos times se reforçaram bastante na janela e acabaram ficando ainda mais fortes. Espero que nos próximos jogos possamos recuperar e brigar pela classificação
Mas o momento particular é bom. Veio a convocação. Foi uma surpresa? Como recebeu a noticia?
Meu momento é bom, profissionalmente. Tenho feito um bom trabalho, com regularidade, sem lesões e tenho participação ativa nas jogadas de ataque do time. Sobre a convocação, claro que fico na expectativa, tenho declarado que quero voltar, acho que posso acrescentar neste momento de transição que a seleção está atravessando. Então foi uma surpresa porque eu não vinha sendo convocado há muito tempo. Fiquei muito feliz mesmo, foi uma alegria muito grande e um reconhecimento profissional.
Aos 33 anos, como acha que pode contribuir? Mais na parte técnica ou também fora das quatro linhas?
Com 33 anos, mais experiente e mais maduro, acredito que posso contribuir na parte técnica e tática. Acho que a curto prazo ainda posso acrescentar. E o curto prazo é que vai definir o quanto eu posso contribuir no médio ou longo prazo. É um passo de cada vez. Vamos ver estes amistosos e depois as eliminatórias.
Então na sua ambição dá para jogar as Eliminatórias?
Na minha ambição, eu acredito. Vamos falar deste ano. Tem essa convocação e depois outubro e novembro. Conforme forem esses jogos, conforme for meu comportamento dentro do grupo, eu posso constribuir para isso sim (Eliminatórias). E a medida que as coisas forem acontecendo, a comissão técnica e eu vamos vendo o quanto eu posso continuar contribuindo para a seleção a longo prazo.
A análise geral aqui no Brasil é que é um pouco arriscado levar jogadores agora, que você sabe que não estarão na Copa de 2018. Você pensa assim também?
Não concordo com isso, principalmente no Brasil. Aqui, em três anos, a gente vai ver muitos outros jogadores surgindo e aparecendo. É um país onde as coisas acontecem muito rápido. Claro que tem ter uma base, uma ideia e um time estruturado. Mas muitos outros vão surgindo e eu acredito que posso ajudar neste momento. Se eu vou estar em 2018 ou não, isso vamos ver em 2018. Mas agora posso ajudar bastante sim.
Em alguns momentos se associou a sua convocação ao fato de os amistosos serem nos EUA, até para aproximar o público que não é brasileiro desse amistoso, usando a sua popularidade aí no país. Isso te chateia? Como você vê isso?
A forma com que eu cheguei (na seleção) não me interessa. Para mim é uma grande oportunidade de voltar. Então vou aproveitar da melhor maneira. Como e quais os critérios que o Dunga usou, não me importa. Os critérios dele sempre foram pensando no grupo, na identidade e sempre de maneira vitoriosa. O tempo que fiquei com ele, conquistamos tudo, menos a Copa de 2010. Ele me conhece e sabe o que posso contribuir. Agradeço mais uma vez a oportunidade que estou tendo.
Você e Dunga já conversaram?
Não, ainda não chegamos a conversar.