Neymar (Foto: Vipcomm)
Diante de um ‘duro teste’, como esperava Dunga, a seleção brasileira deixou uma boa impressão. Na noite desta terça-feira, em amistoso disputado na cidade de Foxborough, a equipe pentacampeã mundial derrotou os Estados Unidos pelo placar de 4 a 1, com dois gols de Neymar, e encerrou de forma positiva o último compromisso antes da estreia nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.
Prestes a reiniciar a campanha por um lugar no próximo Mundial, Dunga encerrou a excursão americana com duas boas notícias. O treinador ‘improvisou’ Hulk como a referência de ataque, e o jogador do Zenit respondeu com mais um gol, o segundo em dois duelos consecutivos – o camisa 21 garantiu a vitória do último final de semana sobre a Costa Rica.
Por outro lado, Neymar, que retornou à seleção depois de uma traumática Copa América, torneio no qual foi punido por indisciplina pela Conmebol, ‘voou’. Com 45min de atuação, o camisa 10 sofreu um pênalti, deixou a sua marca por duas vezes (46 gols pelo time nacional agora) e ainda colaborou no terceiro gol – fez um corta-luz que permitiu a Lucas dar a assistência para Rafinha balançar a rede pela primeira vez com a camisa amarela.
Se diante dos costarriquenhos os questionamentos surgiram, a atuação contra os Estados Unidos melhora a confiança da equipe antes das Eliminatórias. A partir de agora, Dunga não pode fazer testes, já que cada confronto surge como decisivo no objetivo de colocar o país na próxima Copa do Mundo. A convocação para os primeiros desafios ocorrerá no dia 17 de setembro.
O primeiro duelo, teoricamente, já aparece como um dos mais complicados. No dia 8 de outubro, a seleção encara o Chile, atual campeão da Copa América, em Santiago. Já cinco dias depois, o Brasil recebe a Venezuela, em Fortaleza, fechando a primeira janela das Eliminatórias Sul-Americanas.
Excursão se encerra com passeio nos Estados Unidos
Depois de uma questionável atuação diante da Costa Rica no último sábado, Dunga promoveu duas alterações na equipe titular: Fabinho e Elias entraram nas vagas de Danilo e Fernandinho. Com Elias, o meio-campo ganhou mais mobilidade, mas a marcação deixou a equipe mais exposta. Nos primeiros minutos, Michael Bradley, por exemplo, usufruía de muita liberdade no setor.
O momento americano, contudo, colaborou para rapidamente o Brasil assumir o controle do jogo. Mediante a uma crise, nascida após uma precoce eliminação em casa na Copa Ouro, os Estados Unidos sofriam com a rápida movimentação da dupla formada por Willian e Douglas Costa. Graças ao jogador do Chelsea, inclusive, o time de Dunga abriu o marcador.
Logo aos 8min, Willian arrancou, invadiu a área pela ponta direita e tentou o cruzamento. Caprichosamente a bola pegou na trave e sobrou nos pés de Hulk, que, como um típico centroavante – sua nova função na seleção -, mostrou oportunismo para abrir o marcador no Gillete Stadium.
As notícias positivas com o gol e a atuação, no entanto, duraram pouco. Menos de dez minutos depois, Miranda sentiu uma lesão no joelho e precisou deixar o campo. Titular com Dunga, o zagueiro da Internazionale pode se tornar uma preocupação para os dois duelos das Eliminatórias em outubro.
As Eliminatórias, aliás, foram o pretexto para Dunga promover diversos testes nesta semana. Contudo, Neymar, que desfalcará o Brasil nos dois primeiros jogos, acabou como a grande estrela da partida. O treinador prometeu mais minutos ao craque do Barcelona, e o camisa 10 não decepcionou.
Com apenas 5min do segundo tempo, David Luiz fez um longo lançamento e achou Neymar com liberdade pela ponta esquerda. O atacante arrancou e só parou ao ser derrubado por Cameron. Na cobrança, o grande destaque da seleção superou o goleiro Guzan e aumentou a vantagem no placar.
‘A fim de jogo’, como a linguagem do futebol denomina aquele jogador motivado, Neymar se mostrou importante até quando não tocou na bola. Aos 19min, o camisa 10 fez um corta-luz e permitiu a Lucas arrancar pela ponta esquerda. O jogador do PSG tocou na medida para Rafinha, do Barcelona, assinalar o terceiro.
A tranquilidade pelo placar soltou ainda mais a seleção brasileira. Diante de um rival abatido pelos resultados ruins recentes, o time verde-amarelo transformou o triunfo em goleada. Aos 22min, Neymar recebeu dentro da área e cortou duas vezes a zaga antes de concluir no contrapé do goleiro americano.
Antes de a partida finalizar, os Estados Unidos diminuíram. Williams arriscou de longe e superou o goleiro gremista Marcelo Grohe. O lance, no entanto, não atrapalhou a seleção brasileira. Fim feliz de excursão com um passeio nos Estados Unidos.
FICHA TÉCNICA:
ESTADOS UNIDOS 1 X 4 BRASIL
Local: Gillete Stadium, em Foxborough (Estados Unidos)
Data: 8 de setembro de 2015, terça-feira
Horário: 21h40 (de Brasília)
Árbitro: Joel Aguilar (El Salvador)
Assistentes: William Torres e Douglas Bermudez (ambos de El Salvador)
Cartões amarelos: Orozco e Williams (Estados Unidos)
Gols:
ESTADOS UNIDOS: Williams, aos 45 minutos do segundo tempo; BRASIL: Hulk, aos 8 minutos do primeiro tempo; Neymar, aos 5 e aos 21, e Rafinha, aos 18 minutos do segundo tempo
ESTADOS UNIDOS: Guzan; Cameron (Spector), Alvarado, Orozco e Ream; Bedoya (Williams), Bradley (Johansson), Jones (Diskerud), Yedlin e Zardes (Woods); Altidore (Morris)
Técnico: Jurgen Klinsmann
BRASIL: Marcelo Grohe; Fabinho, Miranda (Marquinhos), David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo (Fernandinho), Elias, Willian (Roberto Firmino), Lucas Lima (Lucas) e Douglas Costa (Rafinha); Hulk (Neymar)
Técnico: Dunga
