A mãe de um dos quatro adolescentes desaparecidos da cidade de José de Freitas, a 48 km de Teresina, contou ao G1 sobre o comportamento da filha de 15 anos antes de desaparecer com os colegas. Segundo ela, a garota dizia que precisava viajar para uma missão e há uma semana se comportava de maneira estranha.
“Recentemente ela fez parte da renovação carismática, chorou muito no evento na igreja. Depois disso comentou algumas vezes que precisava viajar, porque tinha uma missão a cumprir. Eu pedi para minha filha esperar e cheguei a prometer que a levaria novamente ao templo em Esperantina, mas ela dizia que não podia esperar”, disse.
A mulher afirmou ainda que a adolescente é uma ótima aluna e só ia da escola para casa. No entanto, na última semana, a garota se fechou com os familiares e conversava às escondidas com uma amiga de 14 anos, que também desapareceu.
“Minha filha era de me contar tudo e na semana passada se fechou comigo. Passou a ficar de segredo com a amiga dela e quando me aproximava, elas paravam de conversar e ficavam com olhares estranhos. Achei que fosse comportamento de adolescente e não me importei. Nunca pensei que faria isto comigo, sumir assim”, disse a mãe da garota.
Bilhete
Apesar do susto, a mãe da adolescente contou estar calma e diz acreditar que a filha esteja em oração em algum lugar. Em busca por pistas, ela vasculhou o quarto da garota e encontrou outro bilhete riscado, no qual ela contava da fuga.
“No papel riscado, ela falou de pagar um táxi com os amigos e ir para uma cidade próxima de Teresina. No primeiro bilhete, a minha filha avisou de sumir por 4 dias e para eu não ir atrás dela”, conta a mãe.
“Já liguei várias vezes para o celular dela, mas só cai na caixa de mensagem. Não acredito que estejam numa seita, mas talvez algum adulto tenha aliciado os quatro para fugir, e uma pessoa contou à polícia ter visto eles saindo do cemitério”, disse.
Desde que os familiares dos adolescentes registraram boletim de ocorrência, a Polícia Civil está investigando o desaparecimento. O delegado Hildson Rodrigues disse que a principal hipótese é a de que os quatro tenham fugido, mas não descarta outras suspeitas.