‘Adolescentes se inspiraram em série literária para fugirem do PI’, diz polícia

Menino contou ter fugido para receber treinamento contra espíritos. Três garotas foram encontradas quando tentavam embarcar para a Bahia.

Livros de ficcção foram apreendidos na casa dos adolescente

Chagas Silva/JF AgoraLivros de ficcção foram apreendidos na casa dos adolescente

Livros de ficcção foram apreendidos na casa dos adolescente

Depois de localizar os quatro adolescentes que fugiram na cidade de José de Freitas, Norte do Piauí, a polícia descobriu que a fuga foi inspirada na série literária ‘Instrumentos Mortais’, da escritora norte-americana Cassandra Clare. O garoto que desistiu da “aventura” e retornou para casa contou à polícia nesta terça-feira (15) que o grupo se baseou no roteiro de um livro.

O desaparecimento dos adolescentes aconteceu no sábado (12) e desde então a Polícia Civil vinha fazendo buscas e investigando as circunstâncias da fuga. Após desistir da viagem, o garoto informou aos policiais a localização das três colegas, que estavam numa parada de ônibus na cidade de São Pedro, a 107 km de Teresina.

Divulgação/Conselho TutelarTrês meninas e um menino fugiram de casa no sábado (12)

Três meninas e um menino fugiram de casa no sábado (12)

Segundo o chefe de investigação Gilson Ferreira, do 17º Distrito Policial, o menino desistiu por medo e contou à polícia que eles saíram de casa para receber um treinamento de combate a demônios.

No primeiro livro da série, “Cidade dos Ossos”, a publicação conta a história da jovem Clary Fray, de 18 anos, que começa uma jornada de caçadores de sombras [seres híbridos de humanos e anjos que caçam demônios].

“Eles tinham planejado tudo há um mês e venderam o que tinham para pagar as passagens. O garoto contou que o treinamento seria na Bahia, depois seguiriam viagem para Minas Gerais e São Paulo, onde iriam combater estes demônios. Ainda durante as diligências encontramos os livros da série na casa de uma das meninas e fizemos a apreensão para saber se tinha alguma ligação com o sumiço deles”, informou.

Para o chefe de investigação, o menino disse que foi ameaçado pelas companheiras de viagem e aproveitou o momento em que as amigas estavam dormindo para voltar para casa. O adolescente contou ter vendido o celular para comprar a passagem de volta.

“Encontramos as três garotas abatidas e já embarcando para Bahia. Elas não apresentaram resistência e estavam com várias facas, que segundo elas, era para se defender. Pelas versões apresentadas, descartamos a possibilidade deles terem sido influenciados por algum adulto”, frisou.

Os adolescentes estão sendo assistidos pelo Conselho Tutelar e farão acompanhamento psciológico no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

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