O papa Francisco defendeu nesta quarta-feira (23) a agenda para conter as mudanças climáticas no planeta na primeira atividade política nos Estados Unidos. Ele fez um rápido discurso nos jardins da Casa Branca ao lado do presidente Barack Obama, acompanhado por milhares de pessoas.
“Temos que aceitar a urgência de iniciativas para conter as mudanças climáticas e esse é um problema que não pode ser deixado para as gerações futuras. Nós estamos vivendo um momento crítico da história”, disse.
Francisco elogiou a iniciativa de Obama de ter proposto a queda na emissão de carbono no país, em um momento que a Casa Branca enfrenta dificuldades para aprovar no Congresso um plano para reduzir em 32% a emissão de gás carbono pelas centrais termoelétricas até 2030. Parte da bancada de deputados e senadores é contrária argumentando que o custo econômico será muito alto.
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O presidente Obama, por sua vez, deu boas-vindas ao papa. Ele brincou que o jardim não é sempre tão concorrido. “Isso é só um pequeno reflexo dos 70 milhões de católicos norte-americanos”, afirmou. Obama agradeceu o apoio do papa sobre as questões climáticas, e disse: “Santo Papa, você está aqui para nos lembrar que temos a sagrada obrigação de proteger o nosso planeta”.
Em outro momento do discurso, o presidente agradeceu a ajuda de Francisco para o restabelecimento das relações com Cuba. O papa agradeceu a acolhida na Casa Branca e disse que vem de uma”raiz de imigrantes”. Durante o discurso, ele também fez um apelo contra todo tipo de discriminação.
“Católicos norte-americanos estão comprometidos com a construção de uma sociedade que é verdadeiramente tolerante e inclusiva, para salvaguardar os direitos dos indivíduos e das comunidades, e de rejeitar todas as formas de discriminação injusta”, disse o pontífice.
Depois do encontro com Obama, o papa Francisco celebra uma missa na Catedral de São Mateus e à tarde de canonização do frei Junípero Serra, um espanhol que foi missionário no México e na Costa-Oeste dos Estados Unidos no século 18.
A escolha do frei divide opiniões no país pelos relatos históricos de que ele teria usado da força e da violência na catequização de indígenas nativos.