Dois dos principais patrocinadores da Fifa querem a renúncia imediata do presidente da entidade, Joseph Blatter. Nesta sexta-feira, a Coca-Cola e o McDonald’s exigiram a saída do suíço do comando da entidade, após o estouro dos escândalos de corrupção.
“Os eventos nas últimas semanas seguem manchando a reputação da Fifa e a confiança do público em sua liderança. Acreditamos que seria melhor para os interesses do jogo que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, renunciasse imediatamente, para que um processo de reforma possa continuar com a credibilidade necessária”, escreveu o McDonald’s, em nota oficial.
“A cada dia que passa, a imagem e a reputação da Fifa continuam a piorar. A Fifa necessita de reforma urgente, e isso só poderá ser alcançado através de um trabalho totalmente independente”, completou a frabricante de refrigerantes.
A Coca tem a imagem associada à Fifa há 41 anos, enquanto a rede de lanchonetes patrocina a entidade máxima do futebol há mais de duas décadas.
Através de seu advogado, porém, Blatter descartou renunciar.
“Mesmo a Coca-Cola sendo uma valiosa patrocinadora da Fifa, o Sr. Blatter respeitosamente discorda da posição da empresa e acredita que abandonar seu posto agora não seria o melhor para a Fifa, nem contribuiria para seu processo de reforma. Portanto, ele não vai renunciar ao cargo”, disse Richard Cullen, por meio de comunicado.
Blatter investigado
Na semana passa, a Procuradoria Geral da Suíça informou que abriu investigação criminal sobre Joseph Blatter por má administração e apropriação indébita. A notícia veio oito dias depois da demissão de Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da Fifa, por denúncias que o relacionam a um esquema na venda de ingressos para a Copa-2014.
O advogado de Blatter, Richard Cullen, garante a inocência de seu cliente, e afirmou que o veterano cartola está “colaborando” com todas as investigações.
O ano de 2015 tem sido marcado no futebol por assuntos envolvendo a Justiça. Oito dirigentes da Fifa foram presos em 27 de maio em Zurique após uma operação do FBI. Um deles foi José Maria Marin que pode pegar até 20 anos de prisão de acordo com a investigação.
Marin, que segue detido na Suíça há cinco meses, é acusado de receber US$ 3 milhões (cerca de R$ 9,5 milhões) por edição da Copa América, até 2019, negociando direitos de transmissão, além de R$ 2 milhões por edição da Copa do Brasil, quantia que seria repartida com outros mandatários da CBF.