Um dia após serem discutidos com os secretários estaduais, os projetos do Executivo que aumentam impostos no Estado foram aprovados pelos deputados, na sessão desta quarta-feira (07), apesar de o deputado Isnaldo Bulhões (PDT), primeiro secretário da Mesa, ter afirmado que as votações iriam acontecer na semana que vem. A única matéria que não foi votado é o Projeto de Lei que versa sobre o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD), que ainda passará por modificações antes de entrar em pauta.
A votação aconteceu em uma longa sessão. Entre os deputados presentes, apenas Rodrigo Cunha (PSDB) se colocou contra o pacote fiscal. O deputado voltou a dizer que a medida adotada pelo Executivo não tem prazo para terminar, assim como não há um estudo para saber o quanto será arrecadado com o aumento dos impostos. “Questionei quanto se busca arrecadar e o secretário não tinha uma resposta. Não sabe e não existe estudo. Além disso, o aumento, é sim, para todos os produtos, exceto cesta básica, material escolar, transportes e energia elétrica. Outro ponto é que a gasolina vai aumentar e o valor que vai reduzir no álcool não compensa o uso. Essas contas não batem”, criticou o deputado.
Cunha reconheceu que os projetos são importantes para os gestores municipais que estão passado por uma crise, mas frisou que a preocupação maior deve ser com o reflexo dos aumentos para os cidadãos. O deputado tucano criticou também a falta de um prazo para vigência dos projetos de Lei, alegando que em outros Estados as medidas duram entre 36 e 48 meses.
Em aparte, o deputado Bruno Toledo (PSDB), apesar de ter sido contra quando os projetos chegara à Casa, voltou a dizer que ficou convencido de que os aumentos nos impostos são necessários diante da crise pela qual passa o Estado. “Definitivamente haverá aumento de impostos e isso está claro. O que eu quero que se faça entender aqui é que quando a atividade econômica cai, há uma diminuição de arrecadação, consequentemente, a redução de tributos e de dinheiro. Nós estamos defendo um aumento de impostos e teremos que arcar com essa realidade. Mas entendi s necessidade do governo, que abriu o diálogo conosco e mostrou respeito para com os deputados. Este pacote é extremamente democrático”, justificou.
Também em aparte, o deputado Olavo Calheiros (PMDB) defendeu as atitudes tomadas pelo governo e lembrou os cortes de despesas. “As despesas existem e não há mais o que fazer. O governador elencou as prioridades, reduziu custeio, cortou comissionados, mas não consegue custear as despesas”, disse Calheiros.
Rodrigo Cunha rebateu: “Esta Casa poderia dar o exemplo e diminuir as despesas. Em um ano poderíamos economizar trinta milhões (R$ 30 milhões) se abríssemos mão das gratificações. Eu e a deputada Jó [Jó Pereira] não temos gratificações. Então, temos como ajudar governador do Estado sim”, alfinetou.
Votação
Dos nove Projetos de Lei que compõem o pacote fiscal, oito foram aprovados. Três deles receberam 5 emendas do deputado Rodrigo Cunha, mas durante a suspensão da sessão para apreciação das comissões, as emendas foram rejeitadas.
Entre as emendas apresentadas, uma pedia a retirada do aumento do IPVA para veículos 1.0 e outra pedia que não houvesse aumento para a gasolina e telecomunicações.