Outubro tem um dia especial: a terceira quinta-feira. O Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (World Council of Credit Unions – Woccu), instituiu o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito. Para celebrar essa data, a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e a Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras) lançaram uma campanha comemorativa, que tem como tema “Pessoas ajudando pessoas”, reforçando os valores da cooperação, a força da união e a importância da intercooperação – um dos princípios do cooperativismo de crédito.
É cada vez maior a participação do cooperativismo na economia brasileira e na construção de uma sociedade mais justa. Hoje, o Sistema OCB, representa mais de 6,8 mil cooperativas em todo o Brasil, com mais de 11,5 milhões de associados.
O movimento cooperativista atua em 13 ramos de atividades diferentes, que juntos somam 6.603 cooperativas. Interessante observar que 83% delas pertencem a cinco setores: Agropecuário (1.561), Transporte (1.095), Crédito (1.042), Trabalho (946) e Saúde (848).
O cooperativismo tem contribuído de forma significativa para a redução dos índices de desemprego. A força de trabalho das cooperativas, desde 2002, quase dobrou, passando de 171,3 mil empregados para os atuais 340 mil. O Ramo Agropecuário é o que mais gera empregos diretos: 164,2 mil (51%). Em seguida, aparecem as cooperativas de saúde (78,2 mil) e crédito (38,1 mil).
O ramo crédito apresenta, na média, um crescimento percentual três vezes superior ao do mercado bancário convencional. Nos últimos cinco anos, em alguns indicadores, como a captação de depósitos, cresceu nove vezes mais que os bancos comerciais. Em relação aos associados, quase duplicou: dos 3,5 milhões registrados no fim de 2008, o número saltou para 6,6 milhões no início de 2015.
Existe uma tendência das cooperativas formadas por grupos de profissionais- como médicos, cirurgiões dentistas, contabilistas, magistrados- se tornarem de livre adesão. Segundo o Banco Central, das 1.139 cooperativas existentes hoje em seus registros, cerca de 300 são de livre admissão. O processo é inevitável, pois quando uma cooperativa formada por participantes de categorias tradicionais se abre para maridos, esposas, filhos e pais, automaticamente várias categorias de profissionais acabam se agregando.
Outra tendência natural é a incorporação das cooperativas menores pelas maiores, para juntas se fortalecerem ainda mais.
A profissionalização dos diretores é fato concreto e sugerido pelo Bacen. Não se pode competir no mercado sem estar preparado e capacitado. Como são os sócios cooperados que elegem o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal, é de suma importância a participação de todos no processo, fortalecendo cada vez mais a gestão democrática, a autonomia, independência e a garantia de um ambiente seguro para o dinheiro de todos: tomadores e poupadores.