Uma brincadeira terminou em tragédia na pequena cidade de Ibitinga, em São Paulo, neste fim de semana. O estudante Fernando Fragali, de 15 anos, morreu neste sábado, dois dias depois de ser atingido por um apagador arremessado por um colega, dentro da sala de aula, na Escola Estadual Ariovaldo da Fonseca. Ele chegou a ficar internado por dois dias da Santa Casa de Araraquara, município vizinho, mas não resistiu.
De acordo com a Polícia Civil, o fato aconteceu em um momento em que não havia nenhum professor na sala. Alunos inciaram uma brincadeira de arremessar o apagador até o quadro e o objeto atingiu a cabeça de Fernando. Logo após o ocorrido, o jovem começou a se sentir mal, com tontura e vômitos.
A mãe de Fernando foi chamada até o colégio e o levou até um pronto-socorro, em Ibitinga. O jovem chegou à unidade com sinais de confusão mental e foi transferido para a Santa Casa de Ibitinga e, em seguida, para a Santa Casa de Araraquara, onde foi internado em estado grave. Na noite de sábado, por volta de 23h, Fernando veio à óbito.
O corpo do jovem foi encaminhado ao Instituto Médico Legal. A Polícia ainda aguarda o resultado do exame que vai apontar a causa da morte de Fernando. De acordo com o titular da delegacia de Ibitinga, Márcio Moretto, a polícia agora realiza diligências para desvendar a dinâmica do caso e encontrar os responsáveis pela morte do estudante.
— O caso foi registrado em Araraquara e, oficialmente, a gente ainda não recebeu a documentação que foi feita lá. Tivemos acesso ao registro e estamos fazendo diligências para verificar quem era responsável pela sala de aula no dia e quem atirou o apagador. Ainda precisamos esperar o laudo do IML para saber exatamente a causa da morte. Se ele morreu em virtude do golpe na cabeça, a conduta principal é de quem lançou o apagador. Ainda há uma contradição sobre quem atirou o objeto, estamos em fase inicial da investigação ainda — explica o delegado.
Segundo a polícia, a mãe do estudante citou também, na ocorrência, que houve atraso no atendimento prestado pelo Samu. A ambulância responsável pela transferência do jovem entre os hospitais de Ibitinga e Araraquara teria quebrado, atrasando o atendimento em mais de duas horas. A Prefeitura de Ibitinga ainda não se pronunciou sobre a reclamação.
— Esse fato relatado pela mãe na ocorrência vai ser apurado também. Vamos investigar para saber se, de fato, houve esse atraso e se isso teve relevância ou não no óbito da vítima — explica o delegado.
Neste domingo, mais de 300 pessoas compareceram ao sepultamento do corpo de Fernando, no cemitério municipal de Ibitinga. Alunos do colégio onde o jovem estudava prestaram uma homenagem a ele. No Facebook, amigos e parentes lamentam a morte do rapaz. “É, meu irmão, não está sendo nada fácil sem você, mas se Deus quis assim, quem sou eu pra mudar isso?”, escreveu o irmão de Fernando, Felipe, na rede social.
O EXTRA procurou a Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, que até a publicação desta reportagem não se pronunciou sobre o caso. A Prefeitura de Ibitinga também foi procurada e não comentou sobre o ocorrido.