A pesca de arrasto causa danos significativos à biodiversidade marinha. Essa é uma das conclusões dos estudos realizados pela equipe de Gerenciamento Costeiro do Instituto do Meio Ambiente (IMA). Os levantamentos serão apresentados na próxima reunião do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram), marcada para o dia 24 de novembro.
A proposta da equipe do IMA é que a atividade seja proibida em uma área com 671 hectares da enseada da Pajuçara. Os estudos serão apresentados para apreciação dos conselheiros, na sequencia podem ser transformados em minuta e em Resolução Normativa sobre a prática, inicialmente apenas naquela região.
Segundo o coordenador do Gerenciamento Costeiro, Ricardo César, os estudos realizados sobre a biodiversidade da enseada da Pajuçara mostram que a área serve para reprodução e crescimento de diversas espécies.
O coordenador explica que durante o arrasto há a depredação daqueles ambientes pelo impacto da rede sobre o fundo. Além disso, morrem até 95% da chamada biomassa, formada por organismos vivos, entre eles as algas, pequenos peixes, crustáceos como siris e camarões, moluscos, equinodernas como estrelas e ouriços, dentro outros.
A área em estudo inicial está localizada entre o Porto de Maceió e o recife da Ponta Verde, na região do antigo Alagoinhas. Além dos levantamentos técnicos, a equipe do IMA tem recebido denúncias e reclamações da população que observa a quantidade de organismos mortos após um arrasto.
Os estudos contam com apoio da Petrobrás e de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas.