Nova Iorque. Cidade sombria, dominada pelo crime. É aí que vive Jessica Jones, detetive privada que tenta reconstruir a sua carreira depois de sofrer uma experiência traumática, que colocou um ponto final na sua vida de super-heroína. Agora, os fantasmas do seu passado voltam para a assombrar. As aventuras de Jessica Jones chegaram na semana passada a todos os países onde a Netflix está instalada (Portugal incluído) e as expectativas estão altas, muito altas. Conseguirá a série fazer jus à obra original da Marvel?
“Temos a perfeita noção de que esta é a primeira heroína que a Marvel apresenta como líder de uma história”, reconhece a produtora executiva, Melissa Rosenberg, nome por detrás de êxitos comoDexter, O.C. – Na Terra dos Ricos ou a saga Twilight. Até à data, as críticas não têm desiludido. “Sim, a Jessica Jones é uma mulher com uma força extraordinária e, aparentemente, com a capacidade para voar. Mas é a sua super-humanidade, e não os seus superpoderes, que tornam a série tão fascinante. Oferece-nos um tipo de herói completamente novo”, frisa o jornal Los Angeles Times, enaltecendo as “evo- cações subtis do universo Marvel” que são feitas ao longo dos vários episódios.
Cabe a Krysten Ritter dar vida à personagem pioneira da banda desenhada. Ela é apontada, aliás, como a grande força motriz desta promissora trama. “Ela arrebata–me completamente”, confessa Rosenberg. E porquê? “O drama é fácil de ser evocado pelos atores. Mas a capacidade de passar de drama a comédia, às vezes em segundos e numa só cena, é muito mais difícil de atingir. Precisávamos de alguém que tivesse essa destreza, que conseguisse dizer uma fala neutra e, ao mesmo tempo, fazer transparecer aquilo por que essa personagem já passou. É um raro talento.”
Para Ritter, aplaudida pelos papéis que desempenhou emBreaking Bad, The Blacklist ou Gossip Girl, esta série encaixou em si que nem uma luva, não só como atriz mas também como espectadora. “Eu precisava de algo complexo. Para além disso, gosto de interpretar personagens sombrias e simultaneamente cómicas. A Jessica Jones tem tudo isso. É um thriller psicológico primeiro, e só depois um programa de super-heróis. É exatamente o tipo de série liderada por uma mulher a que eu assistiria. E dou imensas sovas sem ter de usar collants”, brincou, numa entrevista que concedeu ao site de entretenimento Deadline.
Jessica Jones é apenas uma das grandes apostas que a Marvel tem feito no universo televisivo. Em parceria com o serviço de televisão por internet mais famoso do planeta, carimbou também, neste ano, Daredevil (em português, O Demolidor), e prepara-se, em 2016, para estrear Luke Cage e Iron First.
Outro dos títulos do momento, que tem reunido aplausos da crítica e dos espectadores norte-americanos, é Supergirl, série ancorada no canal CBS e que volta a entregar o papel principal a uma mulher (neste caso, Kara Zor-El, prima do famoso Super-Homem). Para a temporada televisiva 2016-2017, há ainda a promessa de duas grandes produções Marvel, inspiradas na saga de sucesso X-Men.