Passado 1 mês de tragédia, corpo é achado em área afetada por lama

Rompimento de barragem em Mariana causou 15 mortes.

Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais

Corpo de Bombeiros/MGConforme a Guarda Municipal, todo o distrito de Bento Rodrigues ficou alagado

Conforme a Guarda Municipal, todo o distrito de Bento Rodrigues ficou alagado

Os bombeiros informaram na manhã desta sexta-feira (11) que mais um corpo foi localizado na região afetada pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. O cadáver foi encontrado nesta quinta-feira (10) em local de difícil acesso, próximo ao distrito de Camargos. A Polícia Civil confirma a localização do corpo.

Segundo os militares, o corpo foi encaminhado para o necrotério de Mariana e aguarda identificação. A tragédia, ocorrida no dia 5 de novembro, tem 15 mortes confirmadas; quatro pessoas estão desaparecidas. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas prosseguem.

No dia 5 de novembro, mais de 30 milhões de m³ foram despejados pela barragem, afetando vários distritos, 35 cidades em Minas Gerais e no Espírito Santo, além de contaminar o Rio Doce.

Nesta quinta-feira (11), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) propôs uma Ação Civil Pública contra a Samarco e suas donas, Vale e BHP Billiton, para garantir os direitos das vítimas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão. A medida foi tomada após a mineradora descumprir prazo de assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) relacionado ao cumprimento várias reivindicações, como a transferência de todas as famílias que estão hotéis e casas de parentes para casas alugadas e mobiliadas até o dia 24 de dezembro. O prazo era esta quarta-feira (9).

Ação contra Samarco, Vale e BHP
Com a ação proposta, o Ministério Público de Minas Gerais pede que a Justiça determine multa de R$ 200 mil por família que não seja transferida para casa alugada até o Natal e que a verba mensal paga a cada família passe para R$ 1,5 mil mais 30% por dependente. Hoje, o benefício é de um salário mínimo, mais 20% por dependente.

A ação pede ainda a indenização integral de todas as famílias atingidas, incluindo carros, reconstrução das casas e vilarejos, além de auxílio pra retomada das atividades econômicas.

As vítimas são dos distritos e subdistritos de Bento Rodrigues (totalmente destruído pelo “mar de loama”), Camargos, Paracatu, Ponte do Gama, Pedras e Campinas.

A Samarco, por meio de nota, informou que, embora não tenha assinado, continua analisando e discutindo o termo de compromisso com o Ministério Público. Independentemente da assinatura do documento, a empresa reitera que continuará prestando auxílio às comunidades de Mariana.

A Vale divulgou nota afirmando que “nunca deixou de contribuir, ser transparente e prestar auxílio para minimizar as consequências do evento, tanto que apoiou desde o início a conta e garantia de R$ 1 bilhão, formalizada pelo  termo de compromisso celebrado com MPF e MP/MG com o objetivo de remediar efeitos sócio ambientais”.

A mineradora ainda afirma que “o  bloqueio judicial de mais R$ 300 milhões, somando-se a inúmeros outros que vêm sendo promovidos, certamente, ao invés de ajudar, impede que a Samarco aplique esses mesmos valores para beneficiar os atingidos e recuperar o meio ambiente”.

A Vale ainda completou “exaurir todos os recursos da Samarco só servirá, ao final, para comprometer empregos, desenvolvimento da região, arrecadação de impostos e geração de divisas para o país”.  A empresa voltou a afirmar que “não se considera responsável pelo acidente e que a transferência de rejeitos para depósito nas estruturas da Samarco foi por ela gerenciada”. Ela ainda criticou o Ministério Público dizendo que as manifestações do órgão “são precipitadas no momento em que as causas dos acidentes sequer foram apuradas”.

O G1 também procurou  a BHP Billiton mas ainda não obteve resposta.

Veja Mais

Deixe um comentário