Stephen Suomi, o cientista do governo norte-americano que tem sido objeto de controvérsia por sua pesquisa comportamental em bebês macacos, deixará de trabalhar com animais vivos, segundo o BuzzFeed News.
Foi uma decisão puramente financeira, de acordo com Constantino Stratakis, diretor científico do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD), onde o laboratório de Suomi era localizado.
A decisão não foi baseada em controvérsias crescentes sobre a pesquisa de Suomi dentro da comunidade dos direitos animais, de acordo com Robert Bock, um porta-voz do NICHD.
Suomi tem estudado os efeitos físicos e psicológicos da separação de filhotes de macacos de suas mães ao nascer pelos últimos 30 anos. Seu laboratório recebeu US$ 10 milhões em financiamento federal nos últimos sete anos. O escritório de Suomi não respondeu a um pedido de comentário do BuzzFeed News.
No ano passado, a pesquisa de Suomi foi alvo de fortes críticas por parte do PETA, que no ano passado obteve acesso a mais de 550 horas de vídeo e 100 fotos através de pedidos sob o Freedom of Information Act. Os registros incluíam algumas imagens de filhotes de macacos em estados intensos de angústia.
Em resposta a um pedido do Congresso, os Institutos Nacionais de Saúde realizaram uma revisão bioética dos experimentos. Em fevereiro deste ano, Francis Collins, diretor do NIH, respondeu pedindo que o laboratório de Suomi interrompesse todo o uso de procedimentos invasivos, como a punção lombar, coleta de sangue e gravações cerebrais neonatais.
Ao longo dos próximos três anos, cerca de 100 animais por ano serão transferidos do laboratório de Suomi no Centro animal NIH em Poolesville, Maryland para outras instalações em todo o país. Suomi ainda irá continuar a sua investigação analisando dados comportamentais e realizando de experimentos em amostras de tecido previamente armazenados, mas não trabalhará mais com macacos vivos.
O PETA recebeu bem a notícia de que a pesquisa com animais de Suomi parou, segundo Justin Goodman, diretor do departamento de investigações laboratoriais do grupo. Mas ele ressaltou que havia mais trabalho a ser feito.
“PETA vai agora tentar interromper a transferência de cerca de 300 macacos ainda neste laboratório para outras instalações e buscar a sua aposentadoria, bem como avançará o apelo para acabar não apenas com as experiências em chimpanzés, mas todas as experiências em primatas”, disse Goodman.