Em troca de mensagens com o empreiteiro José Adelmário Pinheiro, conhecido como Leo Pinheiro, dono da OAS, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), menciona um suposto pagamento de R$ 5 milhões ao vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP).
A informação consta de decisão do ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), que autorizou as buscas da Operação Catilinárias, ocorridas na terça-feira (14), e foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Cunha menciona o pagamento para reclamar que repasses a outros líderes estariam atrasados.
Questionado pelo jornal sobre o caso, Temer negou ter sido favorecido por pagamentos ilícitos. Ele enviou comprovantes de cinco doações ao PMDB, feitos pela OAS em 2014 e declarados à Justiça, que totalizam R$ 5,2 milhões.
Obras do Rio
Outras mensagens de celular obtidas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) também indicam que Cunha teria pedido R$ 1,9 milhão a Leo Pinheiro para defender a modificação de duas medidas provisórias em 2012.
Uma delas, a MP 584, refere-se à isenção de impostos em obras da Olimpíada de 2016, no Rio.
As mensagens constam do pedido de afastamento do presidente da Câmara, enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) na quarta-feira (16).
Advogado do Planalto
Na quinta-feira (17), um dia após a PGR pedir seu afastamento, Cunha afirmou que os pontos mencionados no pedido eram “ridículos” e acusou o procurador-geral, Rodrigo Janot, de atuar como “advogado do Planalto”.
— O procurador-geral da República está funcionando mais como advogado do Planalto do que como procurador-geral da República.
O peemedebista afirmou que Janot tentou desviar o foco da mídia do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
— Os 11 pontos colocados por ele para pedir meu afastamento são absolutamente ridículos.