A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2015 em 10,8%, informou nesta quarta-feira (23) o Banco Central. A estimativa é mais que o dobro da meta central fixada pelo governo, de 4,5% para o período, e mais de 4 pontos percentuais acima do teto do sistema de metas, de 6,5%.
A informação foi divulgada pelo Banco Central em seu relatório trimestral de inflação. No anterior, de setembro, o BC estimava que o Brasil fecharia 2015 com inflação em 9,5%.
No documento, o BC informa ainda que revisou a sua previsão para o desemprenho Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. A estimativa agora é que o PIB tenha uma retração de 3,6%, contra queda de 2,7% divulgada no relatório de setembro.
Se confirmada, será a maior contração da economia em 25 anos: em 1990, o PIB brasileiro ficou em -4,35%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país e serve para medir o comportamento da atividade econômica. De acordo com dados oficiais, a economia brasileira já está em recessão técnica.
“A atividade econômica segue evoluindo em ritmo inferior ao seu potencial. Esse desempenho repercute os impactos do processo de ajuste macroeconômico em curso e os efeitos de eventos não econômicos”, avalia o Banco Central no relatório.
O BC ressalta a contração na atividade da indústria brasileira e do setor de serviços, além do “recuo dos gastos com investimentos e consumo.” Aponta que esses resultados negativos têm sido compensados pelo aumento das exportações brasileiras e consequente superávit da balança comercial do país, mas que estatísticas “não sugerem uma reação da atividade [econômica] no quarto trimestre.”
PIB em 2016
O Banco Central também divulgou a sua projeção para o desempenho do PIB em 2016. De acordo com o documento, a economia brasileira deve registrar retração de 1,9% no ano que vem. A previsão, informa, “incorpora cenário de incertezas associadas a eventos não econômicos.”
Já para a inflação, a previsão do BC é que ela termine o primeiro trimestre de 2016 em 9,2%. A inflação deve seguir em queda ao longo do ano que vem, segundo a projeção, fechando dezembro em 6,2%, abaixo do teto da meta de 6,5%, portanto. Para 2017, a estimativa do BC é que a inflação encerre o ano em 4,8%.
De acordo com o relatório, a probabilidade de inflação ultrapassar o teto da meta em 2016 é de 41%. Já para 2017, ela é de 20%.