Quadrinistas boicotam premiação após nenhuma mulher ser indicada

Ao menos dez artistas já aderiram ao boicote ao Festival de Angoulême. Riad Sattouf, ex-Charlie Hebdo, e Milo Manara pediram para sair do evento.

DivulgaçãoO quadrinista Riad Sattouf

O quadrinista Riad Sattouf

O Grande Prêmio de Angoulême, uma das premiações mais prestigiadas no mundo dos quadrinhos, está sofrendo um boicote. O motivo é que das 30 pessoas indicadas como finalistas neste ano nenhuma é mulher. A 43ª edição do festival acontecerá entre os dias 18 e 31 de janeiro na cidade do oeste da França.
Ao menos dez artistas já aderiram ao boicote organizado pelo grupo BD Égalité, que luta pela igualdade de gênero nas HQs.

Vários quadrinistas começaram a pedir que seus nomes fossem retirados da lista de indicados. Entre eles estão Riad Sattouf, ex-cartunista do Charlie Hebdo que veio à Flip do ano passado, Joann Sfar, Milo Manara, Daniel Clowes, Chris Ware, Charles Burns, Pierre Christin, Etienne Davodeau, e Christophe Blain.

“Descobri que estava na lista de indicados ao Grande Prêmio do Festival de Angoulême deste ano. Isso me fez muito feliz! Mas acontece que esta lista inclui apenas homens. Isso me incomoda porque há grandes artistas mulheres que mereciam estar lá. Peço, assim para ser retirado desta lista, mas na esperança de poder reintegrá-la quando ela for mais paritária”, escreveu Riad Sattouf, em sua página do Facebook.

Em 42 edições do Festival de Angoulême, apenas uma quadrinista ganhou o Grande Prêmio: a francesa Florence Cestac, vencedora em 2000. Will Eisner, Art Spiegelman, Robert Crumb, e Bill Watterson são outros dos ganhadores anteriores.

Franck Bondoux, diretor do festival, deu uma declaração ao jornal “Le Monde”, dizendo: “Infelizmente, há poucas mulheres na história dos quadrinhos. É uma realidade. Se você for ao Louvre, também encontrará muito poucas mulheres artistas.”

Fonte: G1

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