O período chuvoso em Maceió e em diversas cidades brasileiras favorece a infestação de um molusco que pode transmitir graves doenças para o homem. O caramujo africano, segundo especialistas, pode transmitir diversas zoonoses para o homem, sendo a meningite eosinofílica, causada por um verme que passa pelo sistema nervoso central, antes de se alojar nos pulmões, a principal delas.
As crianças são as principais atingidas, pois desconhecendo os riscos acabam pegando o animal com as mãos desprotegidas, levando-as à boca em seguida, momento onde ocorre o contágio, já que o verme não entra no corpo humano pela pele, mas sim pelas mucosas.
Segundo Carlos Fernando Rocha, biólogo da Coordenação de Entomologia do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o molusco deve ser sempre manipulado com o uso de luvas. “É indispensável que sejam usadas luvas ou sacos plásticos nas mãos. Nunca se pode tocar o caramujo, que aparece sempre em períodos chuvosos do ano quando aumenta a umidade do solo. Lembrando que o acúmulo de matéria orgânica e de lixo em terrenos também favorecem a proliferação do molusco”, explicou.
“O CCZ possui uma equipe de campo e a população pode fazer denúncias e nossos profissionais vão até o local fazer a investigação e a retirada dos caramujos. Além disso, fazemos um trabalho de orientação com a população, caso os moluscos voltem a aparecer. O nosso número é o 3315-5460”, destacou Rocha.
O aparecimento dos caramujos africanos pode ser evitado com capinação e limpeza de terrenos de forma regular, evitando o acúmulo de matéria orgânica e lixo no solo.
O Centro de Controle de Zoonoses também ensina uma receita para se livrar dos caramujos. “O indivíduo que detectou a presença de caramujos pode fazer sua retirada com as mãos protegidas por luvas ou sacos e colocar os animais em um balde com uma solução de água normal e água sanitária, numa proporção de 1/1. Os moluscos devem ficar imersos na solução por um período de 24 horas, onde serão dissolvidos, restando apenas a casca, que pode ser quebrada e colocada em lixo comum depois, sem nenhum perigo de contágio”, finalizou o biólogo.