Sair do ar condicionado geladinho e entrar direto no carro quente faz mal? E cair direto na piscina fria após uma atividade intensa na academia? Que tal pegar um bronze na praia e se refrescar, em seguida, no ar condicionado de uma agência bancária? Situações como essas são comuns no dia-a-dia, mas podem representar riscos.
Para a maioria das pessoas o choque térmico pode passar despercebido; para outras, pode levar a efeitos passageiros e desagradáveis como tontura, sensação de desmaio, dor no peito (semelhante a um infarto do miocárdio), formigamento no rosto, dor atrás do ouvido ou dificuldade de piscar o olho ou mesmo franzir a testa.
Casos assim são raros, com incidência maior em regiões frias do sul do país, mas que podem acometer qualquer pessoa predisposta a problemas vasculares. Para entender tais sintomas, explica o médico intensivista André Araújo Peixoto, é preciso conhecer o que se passa no sistema vascular quando ocorre o choque térmico.
O organismo leva um tempo para se adaptar à temperatura diferente da qual estava acostumado. E isso exige bastante esforço dos vasos sanguíneos e do coração. No calor, as veias estão dilatadas (mais largas). No momento em que a temperatura abaixa de repente, os vasos se estreitam, dificultando a passagem do sangue. Isso aumenta a pressão sanguínea e o esforço que o coração tem de fazer para levar sangue ao corpo todo.
“E na mudança do ambiente frio para o quente pode ocorrer uma dilatação dos vasos seguida da sensação de tontura e mal-estar de forma passageira”, explicou André Peixoto, coordenador do Time de Resposta Rápida da Santa Casa de Maceió.
A orientação de André Peixoto é evitar os excessos. “O ideal é sempre evitar a mudança brusca de temperatura, permitindo que o organismo tenha o tempo necessário para se adaptar e evitar problemas”, finalizou.