A presidente Dilma Rousseff autorizou, na semana passada, a criação da nova sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que será instalada em Alagoas com o tema “Alimentos Funcionais, Aromas e Sabores”.
Uma equipe da instituição deverá chegar ao Estado ainda neste mês de fevereiro para iniciar o processo de instalação da unidade, que inicialmente deverá funcionar dentro do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (Ceca-Ufal), onde já funciona a Unidade de Execução e Pesquisa (UEP) da empresa, vinculada à Embrapa Solos, em Pernambuco, e à Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Sergipe.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Álvaro Vasconcelos, a equipe deverá vir acompanhada da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu. “A ministra e os representantes da Embrapa devem chegar a Alagoas no dia 22 de fevereiro para discutir a implantação da sede. A partir daí, os detalhes e prazos do processo de instalação. Independentemente do tema escolhido, a Embrapa vai atuar em todos os segmentos produtivos de Alagoas e vamos ter autonomia para a pesquisa agropecuária em nosso Estado”, destacou o secretário.
O assessor especial do Ministério da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Ricardo Santa Rita, explica que o tema escolhido para a sede alagoana da Embrapa segue uma tendência de mercado global, observada nas cinco maiores economias do mundo, onde foi verificada a demanda por alimentos funcionais, ou seja, aqueles enriquecidos com aditivos – como vitaminas, fibras e minerais dietéticos – que contribuem para a manutenção da saúde e a redução de risco de doenças.
”A decisão política para instalação da Embrapa em Alagoas se deve ao empenho do governador Renan Filho e do secretário Álvaro Vasconcelos. A definição também é estratégica, por ser um Estado do Nordeste. A unidade terá o foco voltado para integração da produção de alimentos com o diversificado bioma nordestino e unindo-se ao atrativo do polo gastronômico turístico que Alagoas tem”, explicou Santa Rita.
“Alagoas possui a fécula da mandioca, que virou uma ‘febre’ nas academias por ser o carboidrato sem glúten. Na Europa, existem países com mercados só para produtos sem glúten. Também temos em abundância a água e a carne de coco, extremamente nutritivos e que se configuram como isotônicos naturais, também com mercado garantido. O Gatorade, por exemplo, um isotônico artificial, é mais consumido que sucos nos Estados Unidos”, disse o assessor especial do Mapa.
O secretário Álvaro Vasconcelos aponta ainda o setor de bebidas lácteas como outro beneficiado pela instalação da Embrapa Alimentos Funcionais. “O setor de lácteos tem uma produção que atinge 100% dos municípios de Alagoas. O Brasil exporta apenas 1,2% da produção de leite. A Rússia, Tailândia, Indonésia e Filipinas têm, juntos, uma população três vezes maior que o Brasil e abriram mercado para leite em pó em 2015. Isso se apresenta como um amplo mercado que pode ser alcançado pelos produtos brasileiros, inclusive com o que for produzido em Alagoas”, destacou.
O assessor especial do Mapa, Ricardo Santa Rita, também destaca que as pesquisas realizadas pela sede alagoana da Embrapa vão extrapolar seu tema principal. “A amplitude da unidade tem serventia para que o governo local e entidades do setor tenham participação e acesso ao Plano de Zoneamento Agroecológico do Estado, por exemplo. Também serão mantidos os estudos de sementes de cana, continuando a conduzir as pesquisas na linha agroenergética, que era um tema reivindicado pela indústria de Alagoas. O tema principal será a cara comercial da unidade”, garantiu.