O porta-voz da OMS (Organização Mundial da Saúde), Christian Lindmeier, afirmou à ANSA nesta quinta-feira (4) que o Brasil tem sido “muito transparente” na troca de informações sobre o vírus zika e negou que existam perigos de “bloqueio” a pesquisas internacionais.
Autoridades sanitárias dos Estados Unidos e da ONU (Organização das Nações Unidas) haviam dito que o país não está compartilhando amostras do vírus suficientes para o desenvolvimento de pesquisas no exterior sobre a ligação entre o zika e casos de microcefalia e para a criação de exames, remédios e vacinas.
“Temos todos os dados necessários sobre o vírus e não há nada que bloqueie os estudos. De fato, os países não precisam transferir amostras do vírus, mas sim compartilhar os resultados das pesquisas, e é isso o que estão fazendo os institutos brasileiros”, garantiu Lindmeier.
Além disso, o porta-voz acrescentou que o Brasil tem sido “muito transparente” ao passar para a OMS todas as informações necessárias desde maio de 2015, por meio de seu escritório regional para as Américas, a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
“O compartilhamento do vírus em si não é necessário, a partir do momento em que ficou provado que o zika atual é muito similar, ou até igual, ao vírus identificado na Polinésia Francesa”, ressaltou.
A ligação entre o zika e a microcefalia (má formação cerebral em fetos) fez com que a OMS declarasse estado de emergência internacional contra a disseminação do vírus, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue.
Além do Brasil, mais de 20 países e territórios da América já registraram casos de zika, incluindo uma transmissão por via sexual nos Estados Unidos.