Carioca diz ter fratura exposta após ação da GM em bloco: ‘Injustificável’

João Gila estuda processar município depois de agressão no TechnoBloco. Editor de vídeos, ele diz que não terá como trabalhar enquanto se recupera.

Arquivo pessoalJoão foi internado, passou por cirurgia de 7 horas e diz que teve fratura exposta

João foi internado, passou por cirurgia de 7 horas e diz que teve fratura exposta

A ação da Guarda Municipal na dispersão do cortejo do TechnoBloco, na Praça Mauá, região central do Rio, no sábado (13), foi considerada “excessiva” pelo secretário de Ordem Pública Leandro Matieli. Que o diga o editor de vídeos João Pedro Gila, de 27 anos. Por conta da truculência dos agentes, ele diz que teve fratura exposta no cotovelo e perdeu temporariamente o movimento de dois dedos da mão esquerda. O jovem recebeu três golpes de cassetete: um em cada braço e outro nas costas.

O G1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas, até a última atualização desta reportagem, não recebeu informações do quadro do paciente, que já recebeu alta.

Victor do Espírito Santo Bisneto / Arquivo PessoalJornalista Bernardo Tabak mostra hematomas no corpo

Jornalista Bernardo Tabak mostra hematomas no corpo

Assim como o jornalista Bernardo Tabak, que também foi agredido no bloco e postou um desabafo em redes sociais, o editor de vídeos diz que começou a ser golpeado depois que pegou o celular para filmar a ação dos agentes públicos. Gila também afirma que estava longe da confusão em seu início e que não viu um “estopim” para que começasse a repressão.

“A violência é injustificável, totalmente desmedida. Era uma galera pulando carnaval. A agressão visivelmente começou por eles [guardas]”, diz João.

Internado no Hospital Municipal Miguel Couto, ele passou por uma cirurgia de sete horas. Ainda assim, diz que a movimentação do braço esquerdo está “totalmente precária” e que não consegue movimentar o dedo mindinho e o anelar. “Pode ser que eu tenha alguma sequela. Trabalho como editor de vídeos, então isto é extremamente problemático para mim. Não há previsão de quando os movimentos vão voltar”, afirma.

Por conta da lesão, João vai ter que passar por sessões de fisioterapia em uma clínica particular. E também não sabe quando vai poder voltar a trabalhar. Por tudo isso, ele pensa em processar a Prefeitura.

“Já ouvi falar que há pessoas se juntando para fazer um processo coletivo contra o Município. É bem provável que eu entre também com um processo individual”, promete.

Informado de que o secretário de Ordem Pública condenou a ação de seus subordinados, João lamenta que a reação seja tardia: “Este tipo de postura deveria ser anterior, e não uma retratação. É um alívio, ainda que não alivie a minha dor”, conclui.

Fonte: G1

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