Arquidiocese quer transformar cemitério de indigentes em Centro Cultural

Izabelle Targino/Alagoas 24 HorasArquidiocese de Maceió apresenta projeto de reforma do cemitério Divina Pastora

Arquidiocese de Maceió apresenta projeto de reforma do cemitério Divina Pastora

A Arquidiocese de Maceió apresentou, na tarde desta terça-feira, 23, ao promotor de justiça, Flávio Costa, e a Prefeitura de Maceió um projeto de reforma do cemitério Divina Pastora, cujo terreno pertence a Igreja Católica.

A ideia teria surgido após a constatação de superlotação e denúncias encaminhadas ao Ministério Público Estadual dando conta da existência de  corpos enterrados em covas rasas, em janeiro deste ano. Na ocasião o MP encontrou no local restos mortais expostos pelo terreno e alguns corpos carbonizados. A situação levou a Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano determinar a interdição do cemitério.

Em entrevista ao Alagoas24Horas, o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, confirmou que o terreno onde funciona o cemitério pertence a Diocese e que o projeto apresentado hoje visa transformar o espaço em um centro cultural chamado Parque da Esperança. 

“Na segunda etapa de trabalhos no ano da Misericórdia, a Igreja Católica é conclamada a “sepultar os mortos”. Pegamos o gancho do problema detectado no cemitério Divina Pastora e lançamos o pedido a comunidade. Pedimos ‘esmolas’ nas igrejas e guardamos o dinheiro para transformar o espaço no Parque da Esperança. Queremos criar um mausoléu no local para sepultar os indigentes e começar o processo de limpeza e remoção dos corpos. No futuro, pretendemos fazer um ambiente de cremação e depositar as cinzas no local”, informou o arcebispo.

Izabelle Targino/Alagoas 24 HorasArcebispo de Maceió, dom Antônio muniz

Arcebispo de Maceió, dom Antônio muniz

Dom Antônio Muniz disse ainda que no terreno do cemitério serão construídos cerca de 200 ossuários, que pretende levar mais celebrações à capela e ainda transformar o local – que há anos funciona como cemitério de indigentes – em um espaço cultural com a instalação de uma biblioteca.

“Já estava preocupado com a situação há muito tempo e já tinha dado sugestões para a reforma. Queremos um espaço urbanizado e pretendemos criar uma biblioteca no local como uma forma alternativa de literatura para aqueles que vão conviver com cemitério. Lá, terá literatura escrita de tudo àquilo que diga respeito à espiritualidade, seja católica, espírita ou candomblé. Ainda não sabemos quanto irá custar, mas a obra será financiada pela Igreja”, explicou.

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Reunião técnica

Após conhecerem o projeto apresentado pelo arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, a secretária executiva do gabinete do prefeito, Adriana Toledo, propôs uma reunião técnica, para que o projeto possa ser apresentados aos técnicos com município e discutir os custos e possibilidades de execução.

“Sinto que ainda temos muitas dúvidas e acho importante marcarmos uma reunião com os técnicos, para que eles possam conhecer o projeto e levantar os custos que o município terá para levarmos ao prefeito e ao superintendente Reinaldo Braga também. Mesmo que a igreja arque com o projeto, o município terá despesas também. Além disso temos que ver a questão e patrimônio, jurídica, entre outras coisas. Mas gostaria de parabenizar a iniciativa da Igreja Católica”, disse Adriana Toledo.

 

 

 

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