Os jogadores do Palmeiras não escaparam do costumeiro discurso após a saída de um técnico, chamando Marcelo Oliveira de ‘grande treinador’ e destacando a tristeza com a demissão do comandante. Mas, após o triunfo sobre o São Paulo por 2 a 0, no Pacaembu, neste domingo, na primeira partida após a saída do treinador, os jogadores acabaram admitindo que o time mudou de atitude e foi bom.
“Mudamos a atitude com o Alberto [Valentim, técnico interino]. Ele chegou e botou o time mais compacto, coisa que não estava acontecendo. Fizemos bem o que ele pediu. No primeiro tempo não conseguimos porque estávamos muito longe, mas ajustamos no segundo tempo”, declarou Dudu, autor do primeiro gol do clássico.
Alberto Valentim assumiu a equipe interinamente e, nesta segunda-feira, Cuca assinará contrato, com estreia marcada para quinta-feira, contra o Nacional, no Uruguai, pela Copa Libertadores da América. Mas o auxiliar conseguiu no clássico deste fim de semana o que faltava a Marcelo Oliveira: organizar os jogadores.
“Sempre tivemos verticalidade, tanto com o Marcelo quanto agora. Mas estivemos organizados. Fizemos o que nos propusemos. Marcamos na intermediária do São Paulo e pressionamos quando eles entravam por um dos lados. Tivemos a linha de quatro defensiva bem compacta e junta quando estávamos atacando e também tivemos compactação e recomposição quando éramos atacados. Quem não estava com a bola tinha funções definidas. Por isso foi um jogo melhor”, analisou o goleiro Fernando Prass.
Valentim promoveu muitas mudanças no Palmeiras para o clássico. Edu Dracena, que não jogava desde janeiro por causa de uma contusão na panturrilha direita, foi titular na zaga. Assim como os volantes Matheus Sales e Arouca. Também ganharam chances o meia Allione e o atacante Alecsandro. Ele escalou o time no 4-4-2.
“Conseguimos fazer o que ele pediu e ficamos mais com a bola. Paramos de dar chutão, temos qualidade para jogar e temos de fazer isso. No primeiro tempo, criamos e não chegamos com tanta força, mas quase abrimos o placar. No segundo tempo, voltamos mais dispostos e conseguimos dois gols”, declarou o atacante Gabriel Jesus.
“Melhoramos a posse de bola, principalmente no segundo tempo. A equipe estava organizada taticamente no primeiro, mas estávamos deixando alguns espaços. No intervalo, a conversa foi para diminuir o espaço e procurar jogar mais. Um passe bem dado, um domínio, uma movimentação no tempo certo, para ganharmos distância do adversário. Fizemos isso no segundo tempo”, explicou o técnico interino.
A VEZ DE CUCA
Os jogadores também exaltaram a vinda de Cuca para o Palmeiras. O treinador terá o primeiro contato com o elenco nesta segunda-feira, quando assinará o contrato e será apresentado aos jornalistas, no centro de treinamento alviverde.
“Ele é vencedor. Todo mundo sabe do último trabalho dele no Brasil, montou grande time. Tomara que tenha a mesma sintonia aqui, que consiga montar um time ainda mais forte. Temos peças muito boas e sabemos que podemos render mais. Com certeza, ele estava vendo os jogos ejá deve saber o que ele precisa implantar aqui. Vai ter três dias, não sei quando chega para treinar, mas temos que aproveitar ao máximo esses três dias. Que ele consiga acrescentar alguma coisinha para que possa dar passo mais à frente contra o Nacional. Que a gente consiga assimilar o quanto antes o trabalho dele”, disse Prass.
O discurso foi semelhante ao de Robinho, um dos que mais sentiu a saída do treinador.
“É complicado, todo mundo gostava do Marcelo. Nunca escondi que tenho ele como pai, pois ele me dava muita confiança. A gente fica triste, mas futebol é isso. Cuca tem todo apoio, sabe como é competição, conhece maioria dos jogadores. Vai chegar com estrela muito grande e vai nos ajudar a conquistar esses títulos aí”, disse Robinho.
Já Dudu resumiu o entusiasmo do elenco com a vinda de Cuca.
“As coisas não vinham acontecendo com o Marcelo Oliveira, mas ele é um grande treinador. O Marcelo também está de parabéns por deixar a equipe montada. Cuca é um cara vencedor. Esperamos que ele possa fazer um grande trabalho, como no Atlético-MG. É um cara vencedor. Onde passou, venceu”, disse Dudu.