No terceiro dia de sua visita histórica a Cuba, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um discurso histórico nesta terça-feira (22) em que disse que vai trabalhar com o Congresso americano para derrubar o embargo econômico ao país e pediu liberdade para o povo cubano.
Obama foi aplaudido de pé pelo público presente no Gran Teatro, em Havana. Primeiro presidente americano a visitar a ilha em 88 anos, ele fez um apelo por liberdade política para os cubanos, incluindo a liberdade de expressão e religião.
Dirigindo-se a Raúl Castro, Obama afirmou que o presidente cubano “não deve temer nem aos EUA nem às vozes diferentes do povo cubano”. O presidente americano ressaltou que a reconciliação com exilados cubanos é fundamental para o futuro do país.
O presidente dos EUA disse ainda que foi a Cuba para “derrubar o último remanescente da Guerra Fria”. “É tempo de deixarmos o passado para trás e pensar num futuro juntos. Um futuro de esperança”, disse Obama, antes de encerrar seu emocional discurso: “Sí, se puede [Sim, podemos]”.
Embargo
Obama afirmou que é hora do Congresso americano derrubar o embargo econômico vigente desde 1962 e que os EUA querem retomar sua relação com o povo cubano, não apenas com o governo cubano.
“Queremos abrir as portas para mais oportunidades para o povo cubano”, afirmou, acrescentando que o embargo é uma carga obsoleta que prejudica a vida dos cubanos.
Muitas pessoas se perguntam por que agora os países resolveram voltar a se relacionar, comentou. Para o presidente americano, a política da Guerra Fria não faz mais sentido. Em espanhol e em inglês, disse: “Eu creio no povo cubano”.
Atentados em Bruxelas
O presidente abriu sua fala pedindo permissão para comentar os atentados terroristas que deixaram dezenas de mortos e feridos em Bruxelas, na Bélgica.
“Nós precisamos estar juntos. Vamos fazer tudo o que for necessário para encontrar os terroristas. Nós podemos e nós vamos [encontrar os terroristas]”, afirmou Obama.
Em seguida, ele ofereceu toda assistência necessária para investigar os ataques: “Podemos e vamos vencer aqueles que ameaçam a segurança das pessoas em todo o mundo”.
Os atentados ocorreram no Aeroporto Internacional de Zaventem e na estação de metrô Maelbeek, na capital belga. O número de vítimas ainda é desencontrado.
A imprensa fala em 34 mortos, além de 170 feridos, mas os números não param de crescer. As explosões levaram o país a entrar em alerta máximo para atentados terroristas.