O sábado que antecede a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef (PT) na Câmara Federal é marcado por uma verdadeira guerra de bastidores. Enquanto deputados da base aliada e pró-impeachment promovem discursos para a plateia há mais de 22 horas, os acordos são firmados a portas fechadas. O resultado dessa queda de braço só será conhecido neste domingo e, mais adiante, no Senado Federal.
Com a maioria da população desconhecendo o rito do processo, que está previsto na constituição, este sábado (16) também foi de preparação na capital alagoana. Na orla de Ponta Verde, o acampamento existente em frente ao antigo Alagoinhas “ganhou” estrutura maior, com tendas, carros de som, mesas, faixas de bandeiras em verde e amarelo. A estrutura é financiada por partidários pró-impeachment.
Em apenas alguns minutos de permanência no local é possível observar o apoio de pessoas que circulam em seus veículos por uma das orlas mais bonitas do país. No discurso pró-impeachment, a incapacidade de governar e a corrupção atribuída ao governo petista de Dilma Roussef.
A previsão da Polícia Militar é de que neste domingo, assim como o país, a orla seja dividida entre favoráveis e contrários à manutenção do governo Dilma Roussef. Aos pró-impeachment, caberá o trecho do Alagoinhas, que contará com telões e shows. A associação de bares e restaurantes garantiu a abertura dos estabelecimentos para dar “comodidade” aos manifestantes.
Aos integrantes do grupo pró-governo Dilma caberá o trecho a partir do Iate Clube Pajussara. A concentração começará a partir das 10h e também contará com artistas, intelectuais, ativistas e a sociedade civil organizada. Os grupos não poderão sair em passeata. Um esquema com 311 agentes de segurança foi montado para garantir a ordem.