A Câmara promoveu na tarde desta segunda-feira (02) a reunião do Fórum Permanente de Combate e Prevenção ao Consumo de Álcool e outras Drogas por Crianças, Adolescentes, gestantes e Nutrizes, coordenado pelas promotoras de Justiça, Alexssandra Buerlen e Micheline Tenório. A iniciativa foi proposta pela vereadora Heloísa Helena (Rede), presidente da Comissão Permanente de Higiene, Saúde Pública e Bem-Estar Social da Casa.
Durante o evento, integrantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) apresentaram dados sobre a violência em Alagoas e em Maceió. “A partir do Mapa da Violência apresentado pelo governo do Estado, é possível debater as estatísticas e apontar soluções para o grave problema das drogas e mortes violentas, que têm nos jovens, sobretudo da periferia, das áreas mais pobres, sua principal vítima”, destacou Heloísa.
Segundo o assessor de Estatísticas Criminais da SSP, Anderson Cabral, a violência é maior entre homens (93%) do que entre mulheres (3%), tanto em todo o Estado como na capital, Maceió.
Já com relação à faixa etária, ela é maior entre pessoas de 18 a 29 anos (43,7% em Alagoas e 46,2% em Maceió). Para aqueles que têm entre 12 a 17 anos, a incidência é de 12% no Estado e 16,01% na capital.
Ainda de acordo com informações da Secretaria, em Maceió são cinco áreas consideradas críticas – Vergel, Jacintinho, Benedito Bentes, Cidade Universitária e Clima Bom – tanto nas estatísticas de homicídios, quanto com relação ao tráfico de drogas. Além disso, os dados apontas que os crimes violentos ocorrem na sua maioria nas áreas próximas às residências das vítimas.
Para o delegado de Repressão ao Narcotráfico, Gustavo Henrique Pereira Barros, apesar da deficiência na estrutura da delegacia especializada e o baixo efetivo de policiais, o trabalho de combate às drogas tem resultado de forma positiva. “A integração das polícias civil e militar tem garantido um bom trabalho, além disso, a participação da população através do Disque Denúncia 181 tem sido fundamental”, assegurou ele, lembrando que para fazer uma denúncia, uma pessoa não precisa se identificar, basta fazer uma simples ligação telefônica anônima.
Durante a reunião ainda houve uma explanação sobre o Projeto Polícia Comunitária, desenvolvido nas cinco áreas de maiores registros de violência em Maceió. Em cada uma delas, foi instalada uma base policial, que tem como principal objetivo aproximar os agentes da segurança pública com as comunidades. Para a Secretaria de Segurança, os resultados obtidos são extremamente significativos.
ESCOLAS – Falando pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), a diretora de Ensino, Soninha Moraes, denunciou que em algumas localidades, professores e estudantes têm que pagar pedágio aos traficantes para poder chegar até a escola. “Esta é uma situação absurda, por isso, cobramos uma ação mais efetiva da polícia, embora o Batalhão Escolar, sob o comando do Major Marlon Araújo, sempre tem sido um grande parceiro, nos atendendo sempre que o acionamos”, afirmou.
A coordenadora-geral do Fórum, promotora Alexssandra Buerlen, explicou que a ideia é realizar duas reuniões mensais com as entidades integrantes, sempre em local diferente para permitir uma maior participação e para que mais pessoas possam debater o problema e apresentar propostas de solução. “As discussões não se encerram com esta reunião aqui na Câmara Municipal de Maceió. Elas devem continuar nos próximos encontros e na nossa reunião extraordinária marcada para o dia 16 deste mês”, afirmou. “A questão da violência, dos homicídios e das drogas, não é fechada, por isso, o tema tem que estar em constante análise e troca de ideias”, completou.
Além das promotoras e da propositora da reunião na Casa, participaram também o vereador Luiz Carlos Santana (DEM), representantes do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescentes de Alagoas, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Maceió, Batalhão Escolar, Delegacia de Repressão ao Narcotráfico, Secretaria de Estado da Ressocialização, Secretaria de Estado da Educação, Semed, Conselhos Tutelares e Organizações Não-governamentais.