Os policiais civis continuam no impasse com o Governo do Estado que recuou da proposta apresentada na mesa de conciliação, intermediada pelo presidente do Tribunal de Justiça, Washington Luiz. Na reunião de negociação, ocorrida na tarde desta terça-feira (03), o secretário de Planejamento e Gestão, Christian Teixeira, disse que o governador Renan Filho garante o piso salarial de R$ 3.600,00, mas somente após a negociação sobre o índice da revisão geral dos servidores públicos (Índice Nacional de Preços ao Consumidor-Amplo – IPCA).
O governo recuou da implantação do piso em quatro parcelas (maio, julho, setembro e novembro) mais o IPCA em dezembro. Foram mantidos o orçamento mensal de R$ 300 mil, destinado ao pagamento retroativo das progressões, e a implantação das progressões até dezembro. A proposta do governo sobre a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Subsídio (PCCS), que visa ao tratamento isonômico entre antigos e novos policiais, não chegou a ser apresentada na reunião.
Na reunião, o Delegado Sindical do Sindpol Carlos Jorge da Rocha disse que o Estado de Alagoas aumentou arrecadação com o combustível e o IPVA, entre outros impostos, o que dão condições financeiras para o governo atender o pleito da categoria. Destacou que a categoria não dará mais credibilidade ao governo.
O presidente do Sindpol, Josimar Melo, ressaltou que a categoria fez perspectiva, mas com o não cumprimento do que foi acordado na reunião de conciliação, isso revoltará mais os policiais civis.
O dirigente do Sindpol Jânio Vieira destacou a desvalorização por parte do Governo aos policiais civis, que trabalham em delegacias insalubres, realizam custódia de presos e fazem rondas. Além disso, a categoria que é nível superior recebe salário de nível médio na segurança pública.
O secretário de Segurança Pública também apelou ao secretário Christian Teixeira que o Governo precisa prestigiar o policial civil no contexto da segurança e chegar a um consenso na negociação.
Assembleia geral
O Sindpol irá repassar as informações aos policias civis na assembleia geral de avaliação da greve, marcada para esta quarta-feira (04), às 14 horas, no Clube de Engenharia de Alagoas, localizado na Rua Cap. Samuel Lins, 11, no bairro do Farol, em Maceió. Na assembleia, a categoria definirá o rumo da greve.
Nota da Seplag
“A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio reafirma à sociedade alagoana e, em particular, ao conjunto dos servidores públicos, que sempre esteve e estará disposta a manter um diálogo construtivo e civilizado sobre as questões salariais de todas as categorias do funcionalismo estadual.
É necessário, no entanto, ter presente que o Governo do Estado, neste período extremamente delicado e importante da vida brasileira, está atento e preocupado com a situação nacional.
O quadro econômico é de crise aguda, agravada pelas incertezas políticas que causam sobressaltos e inquietam a população.
Neste momento, nada menos que 11 (onze) Estados da Federação estão às voltas com dificuldades financeiras de tal monta que não conseguem manter em dia o pagamento dos salários de seus servidores. A maioria desses Estados, ressalte-se, possui economia mais robusta que Alagoas.
Esse quadro desaconselha qualquer iniciativa que possa colocar em risco ou desorganizar o equilíbrio financeiro de Alagoas.O Governo do Estado manterá a postura de prudência, segurança e zelo com as contas públicas, porque esta é a responsabilidade que a população de Alagoas lhe confiou.”