Para evitar novos casos de violência entre os torcedores como os registrados no Estádio Rei Pelé, o secretário de Segurança, coronel Lima Júnior apresentou, na manhã desta quinta-feira (12), no Palácio República dos Palmares, durante reunião do Conselho de Segurança de Alagoas (Conseg), quatro propostas que versam sobre a segurança e que podem minimizar futuros casos. O encontro tem por objetivo elaborar uma cartilha que discrimina responsabilidades de cada órgão público envolvido.
De acordo com o secretário, o primeiro ponto é que a Polícia Militar (PM) não pode mais “sacrificar” tropas para realizar a segurança de eventos privados. “Outro ponto é banir definitivamente as torcidas organizadas do futebol e decretar que os clássicos sejam realizados por torcida única”, destacou.
Ainda segundo o secretário, dos dias 1º a 7 de maio, Maceió registrou dois homicídios. No domingo (8) do clássico entre CSA x CRB, a cidade terminou o dia com oito homicídios. “Já é de conhecimento que essas torcidas organizadas marcam encontros. O fato que aconteceu no Rei Pelé repercutiu na Centenário, no Jacintinho e até nos shoppings”, diz o secretário.
O último ponto sugerido pelo secretário é sobre o fosso criado para inibir as invasões em campo e que margeia o campo de jogo. “Já ficou comprovado que esse fosso não surte efeito. O torcedor leva cinco segundos para pular”, destacou.
Os quatro pontos escolhidos pela Segurança Pública foram questionados pela promotora Sandra Malta Braga, que divergiu no primeiro. De acordo com a promotora, não pode haver a possibilidade da PM não realizar a segurança em estádios de futebol. “Não é justo e nem é certo que essa força se exima de tal responsabilidade”, explica a promotora ao utilizar como base o Estatuto do Torcedor.
Na avaliação de Sandra Malta, a polícia possui a maior responsabilidade pela segurança dos torcedores e isso está previsto em lei. Mesmo assim, apesar de discordar da primeira sugestão do coronel Lima Júnior, a promotora defendeu a exclusão das torcidas organizadas, extinção do fosso e jogos clássicos com torcida única.
Paralelo a isso, o Ministério Público Estadual (MPE) arrola um processo em que busca punir também o clube do CSA pela falta de organização no jogo. O mando de campo pertencia à equipe azulina. Do lado do Azulão foram flagrados além dos torcedores que invadiram o campo para agredir os adversários, um gandula e um auxiliar técnico, ambos funcionários do clube.