O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) foi nomeado ministro da Saúde no governo Temer – e seu suplente já pode assumir a cadeira dele na Câmara. Ou quase. Na verdade, o suplente de Barros é o deputado Osmar Bertoldi, do DEM, da coligação que elegeu o governador Beto Richa (PSDB) em 2014. E Bertoldi está preso desde fevereiro – teve um habeas corpus negado na terça-feira pela Justiça do Paraná.
Bertoldi foi preso em 24 de fevereiro passado, em Balneário Camboriú (SC), depois de ser reconhecido e denunciado à PM catarinense. Ele teve a prisão decretada por cinco crimes, entre eles, estupro, agressão e cárcere privado da ex-noiva. Ela fez uma série de denúncias ao Ministério Público paranaense, incluindo a de que ele teria oferecido dinheiro em troca de seu silêncio. O deputado suplente responde por acusações baseadas na Lei Maria da Penha e no Código Penal. A ex-noiva relatou na época que os maus-tratos aconteceram porque ela resolveu desmanchar o noivado.
Em seu perfil no Facebook – onde posta diversas fotos em manifestações pro-impeachment e também ao lado do candidato Aécio Neves, em 2014 – ele chegou a fazer um pronunciamento, em dezembro, dois meses antes de ser preso.
Em uma das postagens, Beroldi aparece em uma reunião com o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, sobre a CPI da Petrobras.
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado federal José Carlos Araujo (PR-BA), disse que, em liberdade, Beroldi até poderia tomar posse.
– Com a posse do ministro, vai haver o chamamento. Se ele não comparecer e responder, assume o segundo suplente. Como está preso, parece óbvio que ele não assumirá. A questão de foro privilegiado nem precisa ser discutida.
No entanto, ele segue preso na cidade de Pinhais, no interior do Paraná. O segundo suplente é o professor Sérgio de Oliveira (DEM), que deve assumir o cargo caso Beroldi não tenha sucesso em sair da prisão.