A interdição da fábrica de laticínios Nossa Senhora Aparecida, localizada na zona rural de Major Izidoro, não foi suficiente para o proprietário deixar de produzir irregularmente queijo coalho.
Na tarde desta segunda-feira (16), a FPI do São Francisco apreendeu 1,2 tonelada de queijo no sítio do empresário João Marques de Sousa, que fica ao lado do prédio interditado há seis meses durante a etapa anterior da Fiscalização.
Segundo um familiar do proprietário, o queijo tinha como destino municípios do Estado da Paraíba. Ele era produzido numa casa comum a cerca de 1 km de onde o material foi apreendido.
Ao chegar no local, os técnicos e militares da FPI encontraram tonéis com soro de leite, um subproduto do fabrico de queijo e de natureza poluente , porém não localizaram os equipamentos da confecção.
“A indicação do local pelo familiar e o insumo de produção de queijo na residência, que, diga-se de passagem, não tem a menor estrutura para fabricar produto algum, sugerem que o produtor clandestino havia retirado os equipamentos há pouco tempo”, disse um dos técnicos da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado de Alagoas (Adeal), que destacou a ameaça do produto clandestino à saúde da população.
Interdição de laticínios
Ao longo do dia, a FPI do São Francisco também interditou os laticínios São José e Major Izidoro, cujos funcionários foram flagrados produzindo queijo sem as mínimas condições de higiene ou qualquer equipamento de proteção individual. Moscas e baratas foram encontradas no local.
Ambos foram interditados pela Adeal e pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA).
No caso do segundo laticínio, a FPI se deparou com duas tentativas de enganar a fiscalização: o acesso escondido ao interior da fábrica e o armazenamento de massa de queijo num depósito abandonado.
Na inspeção dos três locais, os órgãos que compõem a FPI flagraram a prática de atividade potencialmente poluidora sem licença ambiental (fabricação de laticínios e suinocultura), uso de lenha sem comprovação de origem e lançamento de efluentes no solo e até no Riacho Sertãozinho, que deságua diretamente no Rio Ipanema.
Medidas adotadas
A Adeal, IMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Renováveis Naturais (IBAMA) e Conselho Regional de Medicina-Veterinária (CRMV) adotaram procedimentos como autos de infração e orientação técnica pelas irregularidades encontradas.
O Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) emitiu Comunicado de Ocorrência Policial e encaminhou os funcionários de dois laticínios para a Delegacia Regional de Batalha da Polícia Civil por flagrante de delito.
Servidores do Ministério Público do Estado de Alagoas e da Polícia Rodoviária Federal também participaram do combate às irregularidades na fabricação de queijo e aos crimes ambientais.