O governo interino de Michel Temer (PMDB) enfrenta o primeiro fim de semana de protestos espalhados pelas capitais do país. Com cobertura discreta da grande mídia, os atos se estenderam por quase todas as unidades de federação brasileira.
No Rio de Janeiro, os manifestantes estenderam um tapete vermelho, numa alusão à mobilização realizada por artistas durante o lançamento do filme Aquarius, no Festival de Cannes. O protesto ocorreu na região central da cidade, na Candelária, que já foi palco de grandes mobilizações sociais, inclusive durante o regime militar.
Em São Paulo, onde o presidente em exercício possui residência, a Polícia Militar bloqueou o acesso dos manifestantes. Temer deveria cumprir agenda oficial neste domingo (22), que foi adiada para evitar os manifestantes.
Em Alagoas, nem mesmo a chuva impediu intelectuais, estudantes, profissionais liberais, sociedade civil organizada e sindicatos de participarem do ato. Não há estimativa de público. Após os discursos no Posto 7, os manifestantes saíram em marcha, sob chuva, até o Alagoinhas, tradicional ponto de encontro dos manifestantes contra governo Dilma.
Além de questionar a legitimidade do governo Temer, os manifestantes acusaram o retrocesso na junção de pastas importantes, que acreditam irá comprometer políticas afirmativas em defensa de negros, mulheres, portadores de necessidades especiais, ameaça de programas como Minha Casa, Minha Vida, além da extinção – já revogada – do Ministério da Cultura.
Os sindicalistas também defendem uma greve geral para todo o país. Sem data ainda estabelecida, o movimento paredista deve ser discutido por vários segmentos da sociedade.