Um aplicativo que promove sexo a três ou em grupo entrou na mira do “Tinder”, app de relacionamento mais famoso do mundo. O serviço famoso acusa o “3nder” de ter um nome tão similar ao seu que chega a confundir potenciais usuários. Iniciada no fim do ano passado com um pedido extrajudicial, a briga chegou aos tribunais europeus em maio.
A cruzada do Tinder só foi revelada pelo fundador do 3nder, Dimo Tifonoy, nesta segunda-feira (23). Começou antes, em dezembro de 2015, quando o serviço já conectava interessados em sexo para encher uma cama há quase dois anos.
No ano passado, a Match.com, dona do Tinder, enviou uma carta dando 29 dias para o app sair do ar. Do contrário, entraria com ações legais. Os advogados argumentaram que o Tinder é dono da marca desde 2012 e tem os direitos sobre ela em toda União Europeia, seus países membro e nas nações que assinaram acordos de proteção à propriedade intelectual com o bloco europeu. Acusaram o app de competição desleal por criar serviço semelhante e ainda adotar um nome parecido.
Com ‘match’ e ‘trans’
De fato, o 3nder tem funcionamento semelhante. Para pretendentes entabularem uma conversa, tem de haver uma afeição mútua –o “match”. O nome, dependendo da forma de falar, também tem sonoridade similar.
Os pontos comuns param por aí, já que, no 3nder, é possível participar sozinho ou como casal. As possibilidades de filtro também são menos caretas que as do Tinder, pois permitem buscar por: a) mulher; b) homem; c) casal de homem e mulher; d) casal de homens; e) casal de mulheres; f) transexual, transgênero e travesti –os termos escritos aqui os usados no app.
Em sua carta de resposta, enviada em janeiro de 2016, Trifonoy pontuou outras diferenças: o nome do app é uma fusão de “Three” (três) e “Friender” (nome que conecta amigos). Por isso, a pronúncia correta, segundo ele, seria “Three-ender”, já que ele é búlgaro, e não “Thrinder”, como alegado pelo Tinder.
Sem romance
Ele negou ainda uma possível inspiração no Tinder, já que desenvolve o 3nder nos últimos três anos. Outro ponto que afasta os dois serviços são seus propósitos.
“O 3nder foi inspirado pelo meu desejo de prover a primeira plataforma genuinamente aberta para pessoas explorarem sua sexualidade longe das convencionais pressões sociais”, argumenta. Para caracterizar o Tinder, ele citou o trecho dos papéis de abertura de capital na Bolsa da Match.com. Nele, a empresa informa que seu serviço foi “desenhado para aumentar as chances do usuários de encontrar uma conexão romântica”.
A explicação de Trifonoy não foi aceita, e o Tinder enviou outra carta no começo de maio avisando que entrou com um processo no tribunal de marcas da UE. Na última segunda, o búlgaro respondeu que o serviço continuaria no ar e passou a avisar seus usuários da investida do primo rico. Também promoveu a campanha #SuckMySocksTinder (“chupe minhas meias, Tinder”). Antes que você imagine algum fetiche, a hashtag foi criada em referência às fotos dos usuários do app que, para preservar sua identidade, preferem mostrar os pés do que o rosto.