O preço do smartphone brasileiro é de R$ 1.872, o que o torna o mais alto do mundo. O custo é três vezes maior que na Índia (R$ 566) e Filipinas (R$ 584) e também deixa para trás países desenvolvidos com preços altos, como a Alemanha (R$ 1.740). O dado foi apontado por Mary Meeker, uma investidora de Wall Street especialista em estudos de Internet e novas tecnologias.
A pesquisadora apresentou seu mais recente relatório na Code Conference, da Vox Media, voltada para executivos e investidores, iniciada na última quarta-feira (1º). Inititulado “Internet Trends” (Tendências da Internet), o estudo demonstra que a web viu seu crescimento ser desacelerado nos últimos cinco anos, com a diminuição do crescimento de mercados ao redor do mundo, o que reflete o próprio crescimento econômico mais lento do planeta.
Segundo a investidora, a diminuição do crescimento é uma oportunidade de melhorar os serviços e aumento de postos de trabalho. E é hora de investir pesado em mercados emergentes asiáticos, que respondem por 63% do crescimento real do PIB, contra 29% dos Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão.
Há outros três grandes pontos importantes no relatório:
1) Jovens estão abandonando o texto: a Geração Z (jovens de até 20 anos) está se comunicando principalmente por imagens e vídeos, em decréscimo do uso de texto. Segundo Meeker, em cinco anos, pelo menos metade das pesquisas online será feita com imagens ou por voz, o que tem muito a ver com a melhora explosiva das câmeras de smartphones e das redes sociais baseadas em imagens e vídeos, como Instagram e Snapchat.
2) A importância das mensagens instantâneas: Facebook, WhatsApp e Chrome são os apps mais usados do mundo. O Facebook é o rei das mensagens instantâneas, com mais de 3 bilhões de mensagens trocadas através dos apps do Facebook, Facebook Messenger, Instagram, WhatsApp e Snapchat. Apenas um destes não pertence a empresa. Especialistas citados no relatório apontam que mensagens instantâneas podem se tornar o padrão social do futuro, e permitirão interações mais complexas, como compras e reservas de viagem.
3) Crescimento de interfaces de voz: nossos dedos começarão a ser cada vez menos usados como dispositivos de entrada. As consultas por voz cresceram 35 vezes desde 2008, muito devido ao aumento da precisão dos serviços de reconhecimento, hoje capazes de entender 90% das palavras.