O governo do Uruguai quer implementar até julho a terceira e mais polêmica fase da lei que legalizou a maconha no país. Nesta etapa, a substância poderá ser vendida em farmácias e será produzida somente com licença estatal.
Até o momento, foram colocados em vigor os dois primeiros pontos da reforma, que autorizam o cultivo individual da cannabis e a formação de “clubes de consumidores”, após um registro oficial com garantia de confidencialidade.
A terceira etapa recai sobre a venda da maconha em farmácias, situação que desagrada ao presidente Tabaré Vázquez, médico oncologista, e que gera polêmica no Uruguai.
As associações de farmacêuticos temem que a presença da maconha nas lojas aumentem o número de roubos, furtos e ações de traficantes. Já as empresas que produzem a maconha em terrenos cedidos pelo Estado analisam se vale a pena colocar o produto à venda nos estabelecimentos.
A maconha autorizada pelo governo deverá ser vendida nas farmácias a um preço mais competitivo que a do mercado ilegal (de cerca de US$ 1 por grama) e promete ser de melhor qualidade para motivar os consumidores a abandonarem o tráfico clandestino.
Aprovada durante o governo de José Mujica (2010-2015), a lei que legaliza a maconha colocou o Uruguai na vanguarda internacional e transformou o país na primeira nação do mundo que regulamenta o cultivo, a distribuição e o consumo.