Após ser ameaçada de morte e estupro pelas redes sociais, a ex-participante do The Voice Brasil, Bella Schneider, de 23 anos, resolveu se mudar de Pernambuco. Para a cantora pernambucana, o medo a fez abandonar, mesmo que temporariamente, a terra que tanto ama. Em maio, ela prestou queixa na Delegacia de Crimes Cibernéticos. Ela afirma que as mensagens se tornaram constantes após a participação no programa, em dezembro do ano passado, e se intensificaram após o caso da apresentadora Ana Hickmann.
Por orientação da polícia, Bella mudou drasticamente sua rotina. De atitudes tidas como normais para jovens de sua idade, como, por exemplo, uma simples postagem nas redes sociais, aos hábitos mais simples do cotidiano. Quase todos foram alterados. Amedrontada, a artista passou até a andar com spray de pimenta na bolsa. Também pediu para que o local onde vive atualmente não fosse revelado.
“Tudo isso é muito doido. Estamos vendo pessoas que que não fizeram nada de errado ficarem presas dentro de casa, com medo. Eu não posso nem postar um snap, por exemplo, porque isso pode indicar onde estou. Preciso andar com spray de pimenta e com segurança reforçada”, lamenta a cantora.
Bella se mudou de Pernambuco um dia antes de Christina Grimmie, também ex-participante do The Voice, mas da versão americana, ser morta a tiros na madrugada do último sábado (11) após um show em Orlando, nos Estados Unidos.
“Eu soube e fiquei em choque, mas não posso ficar comparando minha história com a dela. Eu não posso parar de viver minha vida. Com cautela, mas não posso parar de vivê-la”.
Até o atendimento aos fãs mudou. Sempre muito solícita, Bella agora não marca mais encontros. “Eu fazia de boa. Marcava com meus fãs sem segurança mesmo, dava autógrafo e recebia os presentes. Nunca pensei que não poderia mais fazer isso. Até porque nem me considero famosa e sim conhecida”, destaca.
Para a mãe, Simone Schneider, a filha se tornou uma exilada. “Continuam me ligando direto, passando trote de um telefone sem identificação. O delegado disse que só vai conseguir alguma coisa daqui a seis meses. Até lá, Bella se tornou um refém, uma exilada da própria terra”, pondera, com ar de preocupação. O G1 entrou em contato com o delegado Derivaldo Falcão, titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos e responável pelo caso, mas não obteve retorno.