O vice-presidente da Mesa e líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Ronaldo Medeiros (PMDB), usou a tribuna, na sessão desta quarta-feira (17), para criticar a operação Tático Integrado de Resgates (Tigre) da Polícia Civil que cumpriu mandado de busca e apreensão na Casa de Tavares Bastos, na manhã de hoje.
Medeiro saiu em defesa do deputado Marquinho Madeira, alvo dos mandados, e classificou a ação policial como desnecessária e excessiva.
“Uma operação totalmente desnecessária, pela quantidade de policiais aqui presentes, pela forma com foi feita, e principalmente, pelo motivo, que foi buscar aqui um atestado que o deputado Marquinho Madeira apresentou para tirar uma licença em 2012. Colocar vinte policiais para vir buscar um documento? Dá até a entender que Alagoas tem policial de sobra que pode colocar uma quantidade excessiva de policiais por um motivo desse. Se tivesse convocado o deputado ele teria ido e levado a cópia desse documento. Não iria ser necessário se fazer um carnaval, expor todo um poder, numa demonstração de força e arrogância para se buscar um atestado médico”, criticou Medeiros.
Em aparte, o deputado Marcelo Victor também defendeu o deputado Marquinho Madeira (PMDB) e criticou a ação da polícia em operações a Casas Legislativas no país.
“Quero me solidarizar e dizer que isso não é uma exclusividade da Assembleia Legislativa de Alagoas. Já virou uma praxe em todo o país usar um aparato policial para se pegar um documento. Bastava vir um policial. Em Brasília, houve uma operação na casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, onde mandaram o grupo de elite da Polícia Federal para ir buscar documentos. Policiais com uniforme de guerra, fuzil nas costas. Era o Rambo indo buscar documentos na casa do Cunha. A pior violência é a violência do Estado. A gente pode enfrentar até a maior organização criminosa, mas o Estado ninguém aguenta e nem suporta um Estado perseguidor”, declarou o deputado.
Também em aparte, após o pronunciamento de Medeiros, o deputado Rodrigo Cunha (PSDB) questionou se a Mesa tinha conhecimento e se já houve alguma notificação para a Casa, e qual foi a forma exagerada e arrogante que a polícia agiu durante o cumprimento do mandato.
Em resposta, o deputado disse que não houve nenhuma requisição durante esta gestão da Mesa Diretora. “De fevereiro do ano passado até hoje, estaca casa são recebeu nenhuma solicitação da justiça sobre este documento. O que vi foi no documento trazido pelo delegado dizendo que houve algumas solicitações. Mas um tipo de ação policial dessa deve ser no último dos casos. Poderia ter pedido ao deputado para esclarecer. Ele me disse que nunca teve nenhuma informação solicitada. Existem outros caminhos para ter acesso aos documentos”, disse o deputado.
Ao final da sessão, questionado de que forma se dava a autorização de licenças para tratamento médico e se a junta médica da ALE precisava validar os atestados, Ronaldo Medeiros explicou que cabe à Mesa analisar e que também não precisa passar pela junta médica.
“O Regimento interno da Casa diz que para o deputado se licenciar, basta apresentar o pedido, junto com os documentos necessários. O requerimento é lido, votado e aprovado em plenário. Não precisar ser validade nem pela Mesa e nem pela junta médica da Casa”, disse.