Nem a possibilidade da UEFA punir as federações de futebol da Croácia e da Turquia parece ter acalmado os ânimos. Neste sábado (18), foi a vez dos torcedores húngaros protagonizarem cenas de violência na partida Hungria 1 x 1 Islândia, em Marselha, no sul da França.
A festa dos húngaros começou animada e pacífica pelas ruas de Marselha na tarde deste sábado. Nas redes sociais, vídeos mostram os torcedores cantando e ensaiando coreografias.
Enquanto isso, a imprensa esportiva francesa se perguntava, se a tranquilidade voltaria aos estádios, depois das violências entre ingleses e russos, no último fim de semana, e do mau comportamento dos croatas e turcos nos jogos da sexta-feira. Para o confronto entre Hungria e Islândia, classificado como “arriscado”, um forte dispositivo de segurança foi mobilizado em Marselha.
Mas o clima de festa durou pouco. Antes mesmo do início da partida, um grupo de torcedores húngaros pulou a barreira de proteção do estádio Vélodrome para tentar se aproximar dos islandeses e provocar os adversários. Quando os seguranças tentaram impedi-los de passar, foram alvo de socos e pontapés. As forças de segurança chegaram rapidamente e acalmaram a situação.
Momentos antes do apito inicial do juiz, um sinalizador foi aceso na arquibancada húngara. Vários outros foram registrados durante a partida, alguns foram atirados no gramado. O artefato é proibido nos estádios europeus.
Eurocopa da violência
A mídia europeia começa a questionar se essa Eurocopa será lembrada apenas pela violência e o mau comportamento dos torcedores. Na quinta-feira (16), o Ministério do Interior da França anunciou que as forças de segurança do país prenderam 323 pessoas por violência, roubos ou depredação desde o início da competição, no dia 10 de junho. Entre os detidos, 43 receberam pena de expulsão.
Neste sábado (18), a UEFA convocou seu tribunal disciplinar para investigar os incidentes violentos provocados pelos torcedores turcos e croatas nos jogos de sexta-feira nas cidades de Saint-Etienne e Nice. A maior instância do futebol europeu deve anunciar se punirá ou não as equipes na segunda-feira (20).
Os torcedores turcos e croatas atiraram objetos no gramado, acenderam sinalizadores e foguetes, insatisfeitos com o resultado dos jogos. Os turcos não aceitaram a derrota de 3 a 0 para a Espanha. Já os croatas se revoltaram com o empate de 2 a 2 com a República Tcheca. O jogo teve de ser interrompido durante quatro minutos para que os sinalizadores fossem retirados do gramado. A UEFA repreende também o comportamento racista dos torcedores croatas.
Autoridades reagem
A presidente croata, Kolinda Grabar-Kitarovic, chamou os hooligans de “inimigos da Croácia”. “Eles odeiam sua seleção e seu país”, escreveu a presidente no Facebook, concluindo: “Vocês deveriam ter vergonha!”.
“Não são torcedores, são terroristas do esporte”, criticou o técnico croata Ante Cacic, que se disse “muito triste” pelo ocorrido, num momento em que sua equipe “jogava uma boa partida”.
Já o deputado britânico Damian Collins pediu na sexta-feira à Fifa que ameace as autoridades russas com a retirada da Copa do Mundo-2018 do país, caso não tomem medidas contra torcedores violentos. Ele considera “inaceitável” que a Rússia possa organizar um Mundial se as autoridades do país não puderem garantir a segurança dos torcedores estrangeiros que viajarão para assistir ao evento em 2018.
As violências a que Collins se refere também foram protagonizadas pelos torcedores ingleses, não mencionados na reclamação do deputado. Os confrontos entre torcedores da Inglaterra e da Rússia terminaram com 35 feridos, dois ainda em estado crítico.