Um clássico da dimensão de Flamengo e São Paulo merecia um jogo com a intensidade que foi vista neste domingo, em Brasília. De volta ao Mané Garrincha contra um grande paulista, os rubro-negros prometiam se impor e cumpriram. Cada vez mais à vontade no Tricolor, Calleri prometia brilhar em uma partida de alto nível e cumpriu — mas foi além. O duelo da nona rodada do Campeonato Brasileiro terminou em 2 a 2, com sentimento pior para os cariocas, que perderam pênalti aos 49 minutos.
Os cariocas, empurrados por Willian Arão e Alan Patrick, mandavam no meio de campo. Havia paciência e consciência para envolver os paulistas, que sofriam com a inexperiência de Matheus Reis e jornadas ruins de pilares do time. Mas quando se tem a oportunidade de contar com Paulo Henrique Ganso em campo, as chances aparecem. Aos 11 minutos, o Maestro lançou Calleri de primeira, que deixou Márcio Araújo para trás e marcou com categoria.
Denis, sempre criticado, segurava o Fla com boas defesas, mas foi atrapalhado por um lance de azar. Jorge e Everton fizeram ótima – e rara – tabela pela esquerda, que terminou em cruzamento. Denis espalmou, a bola bateu em Rodrigo Caio e morreu nas redes. O empate rubro-negro aos 21 era justíssimo pelo volume de jogo superior e pela imposição ofensiva.
Os comandados de Zé Ricardo continuaram martelando e parando em Denis, inclusive no começo do segundo tempo. Só que mais uma vez Calleri foi letal. Em cinco minutos, recebeu cruzamento perfeito de Kelvin e testou longe de Alex Muralha para deixar o São Paulo na frente. O poder de decisão do argentino, artilheiro do clube no ano com 15 gols em 27 jogos, foi provado, mas era preciso muito mais para segurar a boa tarde flamenguista.
Oito minutos mais tarde, Matheus Reis cometeu falta infantil e Alan Patrick cobrou com capricho. Calleri perdeu o contato com Arão, que saltou soberano e testou firme no canto direito de Denis. Mais um prêmio à audácia carioca e o início do martírio de Jony. O argentino, irritado com Elmo Resende Cunha, levou dois amarelos em três minutos e foi expulso. Prato cheio para o Flamengo seguir se impondo, cada vez mais perto virar.
O São Paulo ao menos se segurou melhor quando Rodrigo Caio deixou de errar tanto, mas não conseguia sair porque João Schmidt viveu tarde sonolenta. Alan Patrick comandava a pressão de um lado e Denis salvava a pátria do outro, até que o meia teve chance de virar em cobrança de pênalti aos 49 minutos. A batida, porém, foi para fora e ninguém pôde comemorar muito. Afinal, sem vitória, a vaga no G4 não veio para quem chegou a 14 pontos.