Um salário – com gratificação – de R$ 2.700, essa foi a motivação, segundo a Polícia Civil de Alagoas, para o sequestro e assassinato do jovem Abinael Ramos Saldanha, de 25 anos, cujo cadáver foi encontrado na noite de ontem (22) em um canavial em Rio Largo, região metropolitana de Maceió. A identificação foi confirmada após exame de necropapiloscopia.
Em entrevista coletiva no começo da tarde de hoje (23), a cúpula da Segurança Pública e o delegado Ronilson Medeiros, responsável pela investigação, apontaram Ericksen Dwell da Silva Mendonça, 30, como autor intelectual do crime, e Jalves Ferreira Rocha da Silva, 24, autor material do crime. Apresentados à imprensa, os suspeitos não quiseram falar. A polícia não descarta a participação de outras duas pessoas no homicídio.
Segundo Ronilson Medeiros, no dia do crime, 15 de junho, Ericksen fingiu estar com o pneu furado próximo a uma escola no Tabuleiro, caminho que o assassino sabia que a vítima fazia na saída da casa da noiva. Abinael teria parado para oferecer o estepe do próprio veículo e foi surpreendido por Jalves Ferreira, que o obrigou a entrar na mala do veículo, seguindo para o canavial em Rio Largo, onde foi morto.
Um dos fatos determinantes para a polícia chegar aos acusados foi uma ligação telefônica. No momento em que foi abordado, Abinael falava ao telefone com Regivaldo Clementino, que ouviu o nome de Ericksen e ajudou a polícia a elucidar os fatos.
A polícia afirma que enquanto o crime era efetivamente cometido, Ericksen foi a um bar e foi flagrado, inclusive, sacando uma parte do pagamento da execução. Ao todo, foram pagas três parcelas, sendo duas de R$ 1.500 e uma de R$ 1.400.
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Quanto à participação de Alfredo Fragoso de Almeida Sobrinho no crime, o delegado informou que Alfredo foi responsável por comprar o celular da vítima e repassá-lo a outra pessoa. Alfredo deverá responder pelo crime de receptação.
Abinael Ramos Saldanha foi assassinado com apenas um tiro, mas a polícia não descarta que a vítima tenha sido torturada, uma vez que forneceu senha do aparelho e do email para o assassino.